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    Vendas no varejo caem 2,5% em março; supermercados e farmácias têm alta

    Queda é em relação a fevereiro. Resultado foi impactado pelas medidas de isolamento contra a COVID-19, que só não derrubou o comércio de atividades essenciais

    As vendas no comércio varejista brasileiro recuaram 2,5% em março contra fevereiro, impactadas pelas medidas de isolamento impostas para tentar conter o avanço do novo coronavírus, divulgou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

    A queda, verificada em seis das oito áreas pesquisadas, só não foi mais intensa por conta da alta em supermercados e farmácias, atividades consideradas essenciais.

    O IBGE também revisou a taxa de fevereiro contra janeiro, de avanço de 1,2% para alta de 0,5%.

    Nos hipermercados e supermercados, que reúne produtos alimentícios, bebidas e fumo, as vendas cresceram 14,6% em março. Já para os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos a alta foi de 1,3% no mês. 

    “Março foi bastante impactado pela estratégia de isolamento social adotada em algumas das cidades mais importantes e populosas a partir da segunda quinzena do mês. Essas cidades consideraram hiper e supermercados e produtos farmacêuticos como atividades essenciais, enquanto as demais tiveram as portas fechadas nos comércios de rua e nos centros comerciais”, destaca o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

    Todas as demais categorias tiveram perdas nas vendas em março. Os maiores recuos foram registrados nas lojas de tecidos, vestuário e calçados teve recuo (-42,2%) e também nas de livros, jornais, revistas e papelaria (-36,1%).

    Na sequência vieram os comércios de outros artigos de uso pessoal e doméstico (com queda de 27,4%); móveis e eletrodomésticos (-25,9%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,2%) e combustíveis e lubrificantes (-12,5%).

    “Na passagem de fevereiro para março houve variação de dois dígitos em todas as atividades, com exceção de produtos farmacêuticos. Vale lembrar que hipermercados vendem não apenas produtos alimentícios, mas também vestuário, móveis e eletrodomésticos. Isso faz com que essa atividade tenha sofrido um rebate para cima, porque parte desses produtos tiveram as vendas transferidas das lojas especializadas para hiper e supermercados”, analisa Santos.

    Das 36,7 mil empresas pesquisadas, 14,5% apontaram o impacto da COVID-19 como principal causa de variação das suas receitas.

    Segundo Santos, a participação do setor de hiper e supermercados no varejo como um todo, que já era expressiva, cresceu em março. “No mês passado estava abaixo de 50%, em março saltou para 55% no peso no varejo e isso faz com que o índice tenha sido segurado por essa atividade”, destaca.  

    Para Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, a queda do setor em março é apenas um indicativo do tamanho do tamanho do tombo que deve vir em abril.

    “As vendas de veículos já mostram a realidade. Bens duráveis, como construção, devem ter uma queda muito grande nos próximos meses, mas é difícil fazer uma previsão segura do tamanho da queda”, diz.

    Comparação anual

    Na comparação com igual mês do ano passado, o volume vendido pelo varejo recuou 1,2% em março, a primeira retração depois de 11 meses consecutivos de crescimento.

    De janeiro a março, o varejo registrou aumento de 1,6% nas vendas. No acumulado dos últimos 12 meses até março, a alta é de 2,1%. O IBGE também revisou a taxa de fevereiro, em relação a janeiro, de 1,2% para 0,5%.

    Varejo ampliado tem maior queda desde 2003

    As vendas do comércio varejista ampliado (que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção) caíram 13,7% em março em relação a fevereiro. É a queda mais intensa desde o início da série história do IBGE, iniciada em fevereiro de 2003.

    Apenas no segmento de veículos, motos, partes e peças o recuo foi de 36,4%, enquanto no de materiais de construção a retração foi de 17,1%. Em fevereiro, as duas áreas tinham registrado variações positivas de 0,1% e 0,2%, respectivamente.

    Em relação a março de 2019, as vendas do varejo ampliado caíram 6,3%, no primeiro recuo após 11 meses consecutivos de alta. Em fevereiro, também na comparação anual, as vendas tinham crescido 3%.

    No acumulado no ano o setor apresentou estabilidade (0%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, o varejo ampliado teve recuo de 3,3%, acentuando uma trajetória descendente que iniciada em janeiro.

    O setor de veículos, motos, partes e peças teve retração de 20,8% em março, na comparação com igual mês de 2019, interrompendo uma série de dez altas iniciada em abril de 2019. Foi a maior contribuição negativa no resultado do varejo ampliado no mês.

    Já o segmento de de material de construção, com queda de 7,6% em relação a março de 2019, teve o segundo recuo consecutivo nessa comparação.

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