Vendas no comércio ficam estáveis em dezembro; em 2021, alta é de 1,4%
Pesquisa Mensal de Comércio, do IBGE, aponta leve queda de 0,1% em dezembro em comparação com novembro do ano passado
As vendas no comércio varejista brasileiro ficaram praticamente estáveis em dezembro, com leve queda de 0,1% na comparação com o mês anterior, quando haviam registrado alta de 0,6%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9), na Pesquisa Mensal de Comércio.
Analistas de mercado esperavam queda de 0,5% em dezembro ante novembro e queda de 3,3% no acumulado do ano em relação ao ano anterior.
Após alta anual do indicador do IBGE, 2021 foi o quinto ano consecutivo de resultados positivos para o volume de vendas no varejo.
O resultado é levemente superior ao de 2020, de 1,2%, mas fica abaixo da alta de 2019, que foi de 1,8%.
“Como o primeiro semestre de 2020 foi marcado pelo início da pandemia de Covid-19 no Brasil, com o fechamento do comércio durante vários meses em boa parte do país, a base de comparação para o primeiro semestre de 2021 era baixa e, portanto, o crescimento nesse período era esperado”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
“Já a segunda metade de 2020 foi marcada pela retomada das atividades, enquanto que o mesmo período de 2021 não teve tanta força para o volume de vendas no varejo”, acrescentou.
Quedas
A pesquisa aponta que cinco setores fecharam o segundo semestre em queda. São eles: Móveis e eletrodomésticos (-19,4%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,7%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,6%); Combustíveis e lubrificantes (-3,1%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%).
A atividade de Móveis e Eletrodomésticos apresentou o sétimo resultado negativo seguido na comparação mensal, com perda total de 7,0% em relação ao ano de 2020.
Cristiano Santos afirmou que a categoria ainda passa por dificuldades por causa dos impactos da pandemia da Covid-19.
“Houve uma antecipação de compras por parte dos consumidores, que resultou em um crescimento rápido seguido de queda. Além desse deslocamento do consumo, o setor sofre interferência da alta do dólar e da redução da renda e, portanto, do poder de consumo da população”, disse o pesquisador.
Altas
A pesquisa indicou que as categorias Artigos farmacêuticos,médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%), Tecidos, vestuário e calçados (3,8%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,7%) apresentaram resultados melhores na comparação com o segundo semestre de 2020.
O IBGE informou que todas essas atividades também tiveram alta no acumulado do ano, com crescimento de 9,8%, 13,8% e 12,7%, respectivamente. Combustíveis e lubrificantes, ambos com 0,3% de alta, também fecharam 2021 com resultados positivos.
Já o varejo ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças, bem como Material de construção, encerrou 2021 com crescimento acumulado de 4,5%.
O resultado reverte a queda de 1,4% registrada em 2020, em comparação com o ano anterior. Ao comparar a variação mensal de dezembro para novembro de 2021, na série com ajuste sazonal, o volume de vendas no varejo ampliado registrou alta mais tímida, de 0,3%.
“De modo geral, o volume de vendas no varejo se aproxima do patamar pré-pandemia. Sendo que alguns setores já se encontram bem acima, como é o caso dos Artigos Farmacêuticos, que já cresce há cinco anos”, afirmou o pesquisador Cristiano Santos.