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    Vendas do comércio variam 0,1% em maio; no ano, alta é de 1,8%, diz IBGE

    Segundo o instituto, essa é a quinta taxa consecutiva do varejo no campo positivo

    Thâmara Kaorudo CNN Brasil Business , em São Paulo

    As vendas no comércio varejista brasileiro variaram 0,1% em maio na comparação com abril, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (13). É a quinta taxa consecutiva no campo positivo.

    Com isso, o setor está 6% acima do menor patamar dos últimos meses, que foi em dezembro de 2021. No ano, o varejo acumula crescimento de 1,8% e nos últimos 12 meses, queda de 0,4%.

    “Este resultado mostra um cenário de estabilidade na passagem de abril para maio. Mas, apesar de vir de quatro resultados positivos, as taxas foram decrescentes. Observamos uma retomada no comércio varejista, mas que vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses”, informou o gerente da PMC, Cristiano Santos.

    Entre as oito atividades pesquisadas, seis tiveram taxas positivas em maio. A maior foi a de livros, jornais, revistas e papelaria, com avanço de 5,5% no mês.

    Em termos de influência, o IBGE destaca os setores de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e tecidos, vestiário e calçados (3,5%) no lado positivo. Já móveis e eletrodomésticos (-3,0%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,2%) tiveram taxas negativas.

    “Móveis e eletrodomésticos é uma atividade que não superou seu patamar pré-pandemia, pois ao longo de 2021 teve perdas consideráveis. Durante a pandemia, esses itens tiveram um ganho importante devido às substituições que as pessoas fizeram pelo fato de estarem mais em casa. Após essa demanda extraordinária, esses produtos passaram a ter menos importância no orçamento das famílias, sobretudo eletrodomésticos”, analisa o gerente da PMC.

    Ele destaca que, no setor de artigos farmacêuticos, o crescimento do volume foi ancorado na indústria farmacêutica, e menos no segmento de perfumaria. “Esse já é o segundo mês consecutivo de alta, e coincide com os reajustes do setor, nos meses de abril e maio”, disse.

    “No caso de vestuário e calçados, tivemos alguns meses de crescimento especialmente vinculado ao setor de calçados e tênis esportivos, com todos os meses com variações no campo positivo”, complementa Santos.

    Impactos da inflação

    Segundo o IBGE, outros destaques são os setores que sofreram o impacto da inflação. O instituto diz que houve um aumento de 0,4% na receita versus a variação de 0,1% no volume, uma diferença que já sinaliza a inflação no varejo em geral. Em alguns setores o impacto inflacionário foi verificado com maior intensidade.

    “O maior exemplo é o setor de supermercados, que de abril para maio cresceu 1% no volume e 4,1% em receita, ou seja, quatro vezes mais, sinalizando sobretudo a inflação dos alimentos”, completa o gerente da PMC.

    No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, as duas atividades também sofrem impacto da inflação. Veículos e motos, partes e peças, apresentou variação negativa de 0,2%, enquanto material de construção teve queda de 1,1% na passagem de abril para maio de 2022.

    Resultados regionais

    Na passagem de abril para maio, o comércio varejista apresentou resultados positivos em 18 das 27 unidades da Federação, com destaque para Minas Gerais (3,6%), Rio Grande do Sul (3,1%) e Roraima (3,1%). No campo negativo, o instituto diz que figuram 9 das 27 unidades da federação, com destaque para Rondônia (-2,8%), Rio Grande do Norte (-2,3%) e Tocantins (-2,1%).

    Para a mesma comparação, no comércio varejista ampliado, a variação entre abril e maio de 2022 foi de 0,2% com resultados positivos em 15 das 27 unidades da Federação.

     

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