Donos de Mercedes nos EUA podem aumentar potência e velocidade dos carros por US$ 60 por mês; entenda
Atualmente, assinatura de atualização de potência é oferecida apenas nos Estados Unidos, pois as leis de outros países proíbem alterações no trem de força do veículo após a compra
Os proprietários de veículos elétricos da Mercedes-Benz na América do Norte já podem turbinar seus carros gastando pouco, sem precisar ir até uma oficina. Quem deseja um pouco mais de potência e velocidade agora pode comprar 60 cavalos de potência extra por US$ 60 por mês ou, em outros modelos, 80 cavalos de potência por US$ 90 mensais.
Os clientes também não terão que visitar uma concessionária Mercedes para obter a atualização, nem mesmo sair de sua própria garagem. A potência adicional, que fornecerá uma redução de quase um segundo na aceleração de zero a 60 quilômetros por hora, estará disponível por meio de um software da montadora via internet.
Além disso, os compradores podem optar pela assinatura mensal, anual ou simplesmente pagar uma taxa fixa única. Por exemplo: um comprador poderia levar um sedã Mercedes-Benz EQE 350 com tração nas quatro rodas e sua potência padrão, mas se fizer um pagamento de US$ 1.950, a potência aumenta permanentemente.
Essas atualizações são um negócio em expansão para as montadoras. A Mercedes não está sozinha em oferecer melhorias, ou mesmo novos recursos, por meio de atualizações sem fio, como se fosse baixar um aplicativo no telefone celular.
A Tesla ofereceu recursos adicionais de assistência à direção e até aumentou o alcance por meio de downloads de software. Em alguns mercados, a BMW oferece assentos aquecidos como um complemento para download.
Várias montadoras divulgaram o potencial de receita recorrente de recursos de assinatura como esses. A presidente-executiva da General Motors, Mary Barra, disse que espera que a GM traga de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões anualmente com assinaturas até 2030.
A Stellantis também disse que planeja gerar bilhões de dólares com assinaturas. Executivos da Mercedes chegaram a dizer que esperam que a montadora de luxo alemã ganhe mais de US$ 1 bilhão por ano com assinaturas de software.
As atualizações de software de liberação de energia estão disponíveis na loja online Mercedes Me integrada nos veículos.
Atualmente, a assinatura de atualização de potência é oferecida apenas nos EUA, pois as leis de outros países proíbem alterações no trem de força do veículo após a compra.
As atualizações não alteram a distância que os veículos podem dirigir com uma carga, de acordo com a Mercedes, assumindo uma condução normal.
Potência por assinatura
Atualizações de assinatura como essa nunca permitiriam que os proprietários de modelos básicos ou intermediários se aproximassem dos níveis de potência de modelos mais caros de nível superior, disse Markus Rossmann, gerente de carros conectados e vendas digitais da Mercedes-Benz EUA.
“O proprietário de um Mercedes EQS 580 de 516 cavalos não precisa se preocupar com o EQS 450 de um vizinho que pode ir mais rápido.”
Os recursos que já estão disponíveis por assinatura na montadora incluem navegação, partida remota, notificação de roubo e danos. Oferecem ainda “modelo de manobrista” que reduz temporariamente a potência máxima e bloqueia telas de dados privadas. Esses recursos estão incluídos em um único pacote separado que pode ser adquirido anual ou mensalmente.
Segundo o anúncio da Mercedes-Benz, a disponibilidade de atualizações e recursos para download permite que os clientes da Mercedes personalizem continuamente seus veículos para atender às necessidades e preferências em constante mudança.
Nesse caso, por exemplo, alguém pode decidir apenas experimentar os 60 cavalos de potência extras por um mês para ver se há alguma diferença notável. O dono do carro poderia abandonar o serviço se decidisse atingir velocidades altas nas rodovias em 6 segundos, ao invés de 5,1 segundos.
Mas, as montadoras precisam ter cuidado para não afastar os clientes cobrando mais por recursos que os veículos, fisicamente, tinham desde o início, como motores potentes. Os clientes podem ver isso como “trapaça”, disse Alistair Weaver, editor-chefe da Edmunds.com.
“Comprei o veículo e ele é capaz de ‘X’, mas para realizá-lo, tenho que pagar mais por isso”, ressalta Weaver.
A Mercedes limita os recursos para os quais existem botões físicos dentro do carro, como assentos aquecidos. Além disso, a montadora afirma que não quer que os clientes pressionem um botão e recebam um irritante pop-up “assine para uso” na tela central.