Veja principais produtos trocados e tarifas aplicadas entre Brasil e EUA
Etanol — item na mira de Trump — tem alíquota de 18%, mas não chega (nem perto) do top 10 das exportações brasileiras aos EUA
![Brasil cobra tarifa de apenas dois dos dez principais produtos vendidos pelos EUA Brasil cobra tarifa de apenas dois dos dez principais produtos vendidos pelos EUA](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/01/porto-santos-e1739493571258.jpg?w=1170&h=660&crop=1&quality=85)
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Petróleo, produtos de ferro e aço e café são as três categorias que fecham o pódio das principais exportações do Brasil para os Estados Unidos.
Os produtos em questão têm um peso não só para a relação com os norte-americanos, mas para a balança comercial brasileira como um todo.
Não obstante, o Brasil aplica, em defesa de seus produtos nacionais, tarifas de importação nessas categorias, exceto o petróleo.
Nesta quinta-feira (13), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou planos para estudar a aplicação de tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos EUA.
A decisão veio na mesma semana que o republicano confirmou taxas de 25% para todas as importações de aço e alumínio aos EUA, decisão que afeta diretamente o Brasil.
O grupo de “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25% de carbono” é tarifado com alíquota de 7,2%, enquanto o de “café não torrado, não descafeinado, em grão” em 9%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Olhando para os dez principais produtos vendidos pelo Brasil aos EUA, seis possuem alíquotas de importação:
- Carnes desossadas de bovino, congeladas: 10,8%
- Café não torrado, não descafeinado, em grão: tarifa de 9%
- Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25% de carbono: tarifa de 7,2%
- Produtos semimanufaturados, de outras ligas de aços: 7,2%.
- Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução, semibranqueadas ou branqueadas, de não coníferas: tarifa de 3,6%;
- Ferro fundido bruto não ligado, que contenha, em peso, 0,5% ou menos de fósforo: 3,6%;
As exceções são:
- Óleos brutos de petróleo
- Outros aviões e outros veículos aéreos, de peso superior a 15.000 kg, vazios;
- Outras gasolinas, exceto para aviação;
- Aviões e outros veículos aéreos, a turbojato, 7.000 kg < peso <= 15.000 kg, vazios.
E ao anunciar seu plano para um comércio internacional “justo e recíproco”, o republicano colocou o etanol brasileiro na mira de sua agenda.
“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, afirmou Trump em documento divulgado após o anúncio do memorando sobre as tarifas recíprocas.
O Mdic confirma que o Brasil cobra tarifas de 18% sobre as importações de etanol.
O produto, porém, não chega nem perto de estar entre as principais vendas do Brasil aos EUA (total de US$ 20.984.583 em 2024), e nem entre as principais compras (US$ 272.102).
Caminho inverso
Das dez principais categorias compradas pelo Brasil dos EUA, apenas duas sofrem com tarifas de importação:
- Copolímeros de etileno e alfa-olefina, de densidade inferior a 0,94: alíquota de 20%;
- Outros polietilenos sem carga, densidade >= 0.94, em formas primárias: 20%.
Após o anúncio de Trump, e refletindo sobre estes dados, o vice-presidente da República e chefe do Mdic, Geraldo Alkcmin (PSB), apontou que “o Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos”.
“Acho que o caminho é o caminho do diálogo. O caminho do comércio exterior é ganha-ganha, ter reciprocidade”, concluiu Alckmin.
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