Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    CNN Brasil Money

    Veja principais produtos trocados e tarifas aplicadas entre Brasil e EUA

    Etanol — item na mira de Trump — tem alíquota de 18%, mas não chega (nem perto) do top 10 das exportações brasileiras aos EUA

    João Nakamurada CNN , em São Paulo

    Petróleo, produtos de ferro e aço e café são as três categorias que fecham o pódio das principais exportações do Brasil para os Estados Unidos.

    Os produtos em questão têm um peso não só para a relação com os norte-americanos, mas para a balança comercial brasileira como um todo.

    Não obstante, o Brasil aplica, em defesa de seus produtos nacionais, tarifas de importação nessas categorias, exceto o petróleo.

    Nesta quinta-feira (13), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou planos para estudar a aplicação de tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos EUA.

    A decisão veio na mesma semana que o republicano confirmou taxas de 25% para todas as importações de aço e alumínio aos EUA, decisão que afeta diretamente o Brasil.

    O grupo de “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25% de carbono” é tarifado com alíquota de 7,2%, enquanto o de “café não torrado, não descafeinado, em grão” em 9%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

    Olhando para os dez principais produtos vendidos pelo Brasil aos EUA, seis possuem alíquotas de importação:

    • Carnes desossadas de bovino, congeladas: 10,8%
    • Café não torrado, não descafeinado, em grão: tarifa de 9%
    • Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangular, que contenham, em peso, menos de 0,25% de carbono: tarifa de 7,2%
    • Produtos semimanufaturados, de outras ligas de aços: 7,2%.
    • Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução, semibranqueadas ou branqueadas, de não coníferas: tarifa de 3,6%;
    • Ferro fundido bruto não ligado, que contenha, em peso, 0,5% ou menos de fósforo: 3,6%;

    As exceções são:

    • Óleos brutos de petróleo
    • Outros aviões e outros veículos aéreos, de peso superior a 15.000 kg, vazios;
    • Outras gasolinas, exceto para aviação;
    • Aviões e outros veículos aéreos, a turbojato, 7.000 kg < peso <= 15.000 kg, vazios.

    E ao anunciar seu plano para um comércio internacional “justo e recíproco”, o republicano colocou o etanol brasileiro na mira de sua agenda.

    “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. Mesmo assim, o Brasil cobra das exportações de etanol dos EUA uma tarifa de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, afirmou Trump em documento divulgado após o anúncio do memorando sobre as tarifas recíprocas.

    O Mdic confirma que o Brasil cobra tarifas de 18% sobre as importações de etanol.

    O produto, porém, não chega nem perto de estar entre as principais vendas do Brasil aos EUA (total de US$ 20.984.583 em 2024), e nem entre as principais compras (US$ 272.102).

    Caminho inverso

    Das dez principais categorias compradas pelo Brasil dos EUA, apenas duas sofrem com tarifas de importação:

    • Copolímeros de etileno e alfa-olefina, de densidade inferior a 0,94: alíquota de 20%;
    • Outros polietilenos sem carga, densidade >= 0.94, em formas primárias: 20%.

    Após o anúncio de Trump, e refletindo sobre estes dados, o vice-presidente da República e chefe do Mdic, Geraldo Alkcmin (PSB), apontou que “o Brasil não é problema comercial para os Estados Unidos”.

    “Acho que o caminho é o caminho do diálogo. O caminho do comércio exterior é ganha-ganha, ter reciprocidade”, concluiu Alckmin.

    App da Carteira de Trabalho Digital permite consultar vagas de emprego

    Tópicos