Vale vende unidade de metais básicos VNC para consórcio que inclui Trafigura
Detalhes do acordo não foram divulgados, mas a Vale explicou que a transação provê um pacote financeiro de US$ 1,1 bilhão às operações de VNC
A Vale concluiu a venda de sua unidade de metais básicos Vale Nova Caledônia (VNC), situada em ilha do Pacífico Sul, para um consórcio que inclui a comercializadora de commodities Trafigura, informou a empresa em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (31).
O consórcio Prony Resources New Caledonia contempla uma participação majoritária e não diluível dos interesses da Nova Caledônia, disse a Vale, que deixou inteiramente o ativo no território francês, segundo a assessoria de imprensa.
Detalhes do acordo não foram divulgados, mas a Vale explicou que a transação provê um pacote financeiro de US$ 1,1 bilhão às operações de VNC, no qual a Vale Canada Limited contribuirá com US$ 555 milhões para apoiar a continuidade das operações.
A Vale continuará tendo direito a um contrato de fornecimento de longo prazo para uma parte da produção, continuando assim atendendo a crescente demanda de níquel pela indústria de veículos elétricos.
A mineradora vem buscando há anos uma solução para a VNC, que não apresentava resultados de acordo com as suas expectativas.
Segundo o vice-presidente de Metais Básicos da Vale, Mark Travers, a transação também permite a continuidade do Projeto Lucy para armazenagem de rejeitos a seco.
“Gostaríamos de agradecer o tempo e o esforço de todos os stakeholders para chegar a este acordo, incluindo o Estado Francês e a Província do Sul da Nova Caledônia, e especialmente os funcionários de VNC por sua confiança e apoio durante um processo longo e incerto”, disse ele em nota.
O Ministério da Economia francês informou que o governo oferecerá cerca de 500 milhões de euros (US$ 587 milhões) para apoiar o negócio, principalmente por meio de empréstimos e garantias.
O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, pontuou no comunicado que “após vários meses de negociação”, está satisfeito por ter concluído o desinvestimento, “beneficiando os empregados, a Nova Caledônia e todos os seus stakeholders”.
“A intenção da Vale desde o início do processo de desinvestimento foi se retirar da Nova Caledônia de uma maneira ordenada e responsável. O acordo cumpre isso”, garantiu a companhia ainda no comunicado.
A Vale reafirmou também seu compromisso com seus acionistas na transformação do negócio de metais básicos, simplificando seu fluxo de operações e possibilitando um foco contínuo em seus principais ativos, além de honrar seu novo pacto com a sociedade, contribuindo para a manutenção de um ambiente sustentável para a continuidade das operações.