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    US$ 257 mil: Média dos bônus em Wall Street atinge recorde em 2021

    Expectativa para 2022, no entanto, não é tão boa, em razão da fraca recuperação de alguns setores e dos impactos da guerra na Ucrânia

    Jeanne Sahadido CNN Business

    As empresas de Wall Street descobriram uma maneira de reduzir a inflação para seus funcionários: basta aumentar os bônus anuais para valores recordes.

    O bônus médio de Wall Street em 2021 atingiu um recorde de US$ 257.500, aumento de 20% em relação aos US$ 213.700 do ano anterior, segundo estimativas divulgadas na quarta-feira (23) pelo controlador do estado de Nova York, Thomas DiNapoli.

    Os pagamentos são obviamente uma boa notícia para os funcionários do setor de valores mobiliários, que representam 5% dos funcionários do setor privado na cidade de Nova York.

    Mas como seus salários representam um quinto dos salários do setor privado da cidade, os altos bônus também são uma boa notícia para os cofres fiscais.

    DiNapoli estimou que, como resultado dos pagamentos recordes de 2021, a cidade excederá sua receita esperada com impostos de renda.

    Ao todo, Wall Street pagou cerca de US$ 45 bilhões durante a temporada de bônus de dezembro a março, o que representa um aumento de US$ 8 bilhões em relação ao total de bônus do ano passado.

    É claro que quanto o funcionário médio de Wall Street recebeu em 2021 dependia do dinheiro que seu empregador reservou para a remuneração total.

    O Goldman Sachs, por exemplo, disse que reservou US$ 17,7 bilhões para despesas totais de remuneração em 2021, o que significa um aumento de 33% em relação a 2020. Isso dá uma média de quase US$ 404.000 para os 43.900 funcionários da empresa, incluindo salários e bônus.

    DiNapoli atribuiu os bônus recordes ao aumento nos lucros de Wall Street, mas fez uma advertência de que a recuperação econômica desigual da pandemia e da turbulência geopolítica poderia reduzir os bônus para 2022.

    “Os mercados estão turbulentos, pois a recuperação de outros setores continua lenta e desigual, e a Rússia trava uma guerra imperdoável contra a liberdade da Ucrânia”, disse.

    “Em Nova York, não voltaremos à nossa força econômica pré-Covid até que mais nova-iorquinos e mais setores — varejo, turismo, construção, artes e outros — tenham sucesso semelhante”, acrescentou.

    E mesmo quando esses setores se recuperarem, muitos trabalhadores americanos ainda não chegarão nem perto de ganhar um bônus de seis dígitos, muito menos uma renda de seis dígitos.

    Quase 52 milhões de trabalhadores — ou quase um terço da força de trabalho dos EUA — ganham menos de US$ 15 por hora, de acordo com um estudo da Oxfam America. Esses trabalhadores, cuja renda anual é inferior a US$ 31.200, são desproporcionalmente mulheres e pessoas não brancas.

     

     

    Paul LaMonica, da CNN, e Tami Luhby contribuíram para esta reportagem

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