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    Um em cada seis jovens do mundo está desempregado por Covid-19, diz OIT

    De acordo com a OIT, é necessário testar a população para a doença e rastrear casos para criar um ambiente seguro para o regresso ao trabalho

    Leonardo Lopes, da CNN em São Paulo

    Um em cada seis jovens no mundo inteiro deixou de trabalhar desde o início da pandemia de Covid-19, de acordo com relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quarta-feira (27). Entre os que mantiveram seu emprego, 23% tiveram redução nas horas de trabalho.

    A quarta edição do relatório “Monitor OIT: Covid-19 e o mundo do trabalho”, indica que a pandemia afeta a população jovem com um “triplo choque”.

    “[A pandemia] Não só destrói o seu emprego, mas também a sua educação e seu treinamento, e coloca grandes obstáculos no caminho de quem procura entrar no mercado de trabalho ou mudar de emprego”, afirma a entidade subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU).

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    De acordo com o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, a crise econômica causada pelo novo coronavírus afeta os jovens com mais força e rapidez do que qualquer outro grupo, principalmente as mulheres. O diretor-geral ainda declarou que existe o risco de os efeitos do vírus perdurarem por décadas caso não sejam tomadas “medidas imediatas e significativas”.

    A nova edição do relatório aponta a necessidade de adoção de respostas políticas urgentes e em grande escala, incluindo programas intensivos para garantia de emprego nas economias de baixa e média rendas.

    Brasil

    Ainda segundo a OIT, no Brasil, existem “bons motivos para estar preocupado tanto com a trajetória da pandemia quanto com sua capacidade de adotar o tipo certo de medidas (para o ambiente de trabalho) para reagir a ela”, disse Ryder.

    Nesta quarta-feira, o Ministério da Economia informou que o Brasil fechou 763.232 vagas formais de trabalho no período de janeiro a abril de 2020.

    Para a OIT, as Américas serão as maiores vítimas mundiais dos cerca de 305 milhões de empregos perdidos durante a pandemia de Covid-19 entre abril e junho.

    As Américas passaram de região menos afetada em termos de mercado de trabalho no primeiro trimestre para a mais abalada, e deve sofrer uma queda de 13,1% em horas de trabalho no segundo trimestre, disse Ryder. Isso se deve ao fato de a região ter se tornado o novo epicentro do surto.

    A organização também ressaltou os problemas específicos dos Estados Unidos. É “preocupante” que o mercado de trabalho dos EUA continue “difícil” enquanto outros países que suavizam seus isolamentos tenham começado a ver recuperações modestas, disse Sangheon Lee, diretor do Departamento de Políticas de Emprego da entidade.

    Testes

    O documento da OIT também traz uma análise relacionada à necessidade de testagem da população para Covid-19, e rastreamento rigoroso para saber com quem os infectados tiveram contato. De acordo com a OIT, estas medidas colaboram na criação de um ambiente seguro para o regresso ao trabalho, consequentemente minimizando os impactos da pandemia no mundo do trabalho.

    A alta capacidade de testagem em massa e rastreio também faz com que sejam menos necessárias medidas mais estritas de confinamento que causam maior perturbação social, como a quarentena e o lockdown (confinamento). Além disso, fomentam a confiança da sociedade, o que a organização indica que incentiva o consumo.

    Segundo a OIT, países que demonstraram uma forte capacidade de realização de testes e rastreamento tiveram uma redução de até 50% nas horas de trabalho perdidas.

    “Testes e rastreamento podem ser uma parte importante do pacote de políticas, se quisermos combater o medo, reduzir os riscos e fazer com que as nossas economias e sociedades voltem a funcionar rapidamente”, declarou Ryder.

    Com informações da Reuters

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