Ucrânia pressiona por solução diplomática com Polônia e Eslováquia em relação a grãos
Eslováquia, Polônia e Hungria impuseram restrições nacionais às importações de grãos ucranianos na última semana
A Ucrânia concordou em licenciar suas exportações de grãos para a Eslováquia, nesta quinta-feira (21), e pressionou por um acordo com a Polônia para acabar com as restrições impostas por seus vizinhos.
Eslováquia, Polônia e Hungria impuseram restrições nacionais às importações de grãos ucranianos na semana passada, depois que o executivo da União Europeia decidiu não estender a proibição de importações para esses países, além de Bulgária e Romênia.
As nações argumentam que os produtos ucranianos, destinados especialmente ao trânsito mais a oeste e aos portos, são vendidos localmente, prejudicando seus próprios agricultores.
A UE, que impôs a proibição em maio, deixou-a expirar na sexta-feira (15), após a promessa de que a Ucrânia reforçaria o controle.
Na maior parte de 2022, cerca de 60% dos grãos da Ucrânia, um dos maiores exportadores do mundo, transitaram pelos cinco países do leste do bloco.
A disputa aumentou quando o país, que se voltou às rotas terrestres a oeste depois de um bloqueio russo aos seus portos do Mar Negro, apresentou uma reclamação à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as proibições e ameaçou retaliação.
O Ministério da Agricultura eslovaco disse haver concordado com os ucranianos em estabelecer um sistema de licenciamento para o comércio do item, que, uma vez estabelecido, permitirá a suspensão da proibição das importações de quatro commodities ucranianas para a Eslováquia.
A Ucrânia concordou em retirar sua queixa na OMC, disse o ministério. As autoridades ucranianas não comentaram o assunto.
Um porta-voz do órgão disse não haver informações até o momento sobre possível cancelamento do pedido de consulta da Ucrânia.
Já a nação presidida por Volodymyr Zelensky afirmou que seu ministro da Agricultura conversou por telefone com representantes poloneses e concordou em trabalhar na busca de uma solução que combine o interesse dos dois envolvidos.
Na segunda-feira (18), o ministro da Agricultura espanhol disse que as proibições pareciam ilegais, enquanto o chefe francês da pasta avaliou que elas colocam a solidariedade europeia em questão.
Com informações de Pavel Polityuk, Jan Lopatka, Alan Charlish e Gabrielle Tetrault-Farber, da Reuters