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    Uber e 99 reveem pagamentos de motoristas após queixas sobre cancelamentos

    Problemas como alta do preço dos combustíveis e do aluguel de carros interferem diretamente no trabalho dos motoristas de app

    Tamires Vitoriodo CNN Brasil Business

    Motoristas de aplicativos de transporte como a Uber e a 99 (antiga 99 táxis) vêm sofrendo com a alta na gasolina, que, em alguns postos do país, já chegou a bater a marca dos R$ 7. Problemas com o preço do aluguel de carros também interferem diretamente no trabalho dos profissionais. Com isso, cresceram as queixas entre usuários, relacionadas a cancelamentos e tempo de espera pelos motoristas, mas escassos hoje em relação à demanda.

    Nesse contexto, a Uber alterou nesta semana a sua tabela de preços, para tentar melhorar o retorno de seus colaboradores.

    Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, o valor base de viagens da UberX teve um aumento de 10% a 15%, o valor por minuto aumentou entre 10% e 35% e o valor por km teve um aumento de 10% a 15%, dependendo da área/cidade do estado. Em alguns lugares do Rio Grande do Norte, o valor de mudança percorrida foi alterado, saindo de R$ 0,90 para R$ 1,03 por quilômetro rodado, um aumento de 14,5%, bem como o que é pago pelo tempo de viagem, reajustado em 17%, de R$ 0,12 para R$ 0,14 por minuto.

    “Com o aumento constante dos combustíveis, a Uber tem intensificado seus esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos, com parcerias que oferecem desconto em combustíveis, por exemplo, assim como tem feito uma revisão e reajustado os ganhos dos motoristas parceiros em diversas cidades. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, os valores de ganhos com viagens UberX foram reajustados em até 35% nesta semana”, diz a Uber em nota enviada ao CNN Brasil Business.

    A 99 também anunciou, na quinta-feira (9), que irá reajustar sua tabela de pagamentos. Em nota, a companhia afirma que “está acompanhando os constantes aumentos dos combustíveis e seus efeitos negativos sobre a categoria” e que “diante desse cenário, vem implementando diversas medidas para contribuir com mais ganhos para os motoristas parceiros”.

    “Nesse momento a crise econômica afeta a todos e é preciso manter o equilíbrio da operação: oferecendo ganho e gerando demanda para os motoristas, ao mesmo tempo em que proporcionamos transporte eficiente e financeiramente acessível para os passageiros”, continuou a 99.

    Segundo Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), existe um trabalho da associação para o reajuste desde 2016. “Não temos um reajuste nas tarifas desde 2015, o combustível subiu dezenas de vezes nesse período, assim como a inflação. Então esse reajuste é bem inferior ao que a classe necessita. Ele não supre ou ameniza a situação financeira enfrentada, mas, já é alguma coisa”, afirma.

    Na noite de sexta-feira (10), a 99 divulgou uma atualização sobre o reajuste de tarifas aos motoristas. A empresa informa que o percentual será entre 10% e 25% em mais de 20 regiões metropolitanas do país. Segundo a empresa, as novas tarifas aos motoristas, que já estão valendo, são uma forma de compensar o aumento do custo das corridas, principalmente o valor dos combustíveis.

    Segundo a 99, a medida já vinha sendo adotada há duas semanas nas cidades de Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA), e agora está sendo expandida para outras cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Florianópolis, Brasília, Goiânia, Fortaleza, São Luís, João Pessoa e Maceió e os municípios ao redor dessas capitais.

    *Diferentemente do que foi informado inicialmente, a Uber não extinguiu a taxa fixa de 20% a 25% cobrada ao motorista sobre o valor de cada corrida na última terça-feira. A taxa já era variável desde 2018. A informação foi corrigida

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