Turismo mundial deve fechar 2021 com rombo de US$ 2 trilhões, aponta OMT
Novas variantes do coronavírus e cobertura vacinal desigual entre países dificultam retomada do setor
O turismo mundial deve ter um rombo de US$ 2 trilhões neste ano. O levantamento é da Organização Mundial de Turismo (OMT). Além dos impactos que a população vem sofrendo com a pandemia de Covid-19 desde o início de 2020, a pesquisa destaca que as principais dificuldades para a retomada do setor são a desigualdade das taxas de vacinação entre os países e o surgimento de novas variantes, como a Ômicron, identificada na África do Sul nesse mês de novembro.
O levantamento da OMT aponta um cenário de recuperação lenta. O número de desembarques de turistas, por exemplo, ainda é 75% mais baixo do que no período pré-pandemia, em 2019. No entanto, o secretário-geral da Organização Mundial de Turismo, Zarub Pololikashvili, vê uma melhora no terceiro trimestre de 2021, com números mais “encorajadores”.
“Com aumento dos casos e o surgimento de mais uma variante, ainda não é o momento de baixar a guarda, mas continuar o esforço para garantir o acesso igualitário às vacinas, coordenar procedimentos de viagens, usar os certificados digitais de vacinação para facilitar a movimentação de pessoas e apoiar o setor”, afirmou Pololikashvili.
O sul da Europa, o Mediterrâneo, o Caribe, a América do Norte e a América Central foram as regiões que receberam mais turistas em 2021.
Os desembarques na Ásia e no Pacífico ficaram 95% abaixo dos números de 2019, já que muitos países continuaram com as fronteiras fechadas para viagens não essenciais. No Oriente Médio, a queda foi de 81% e na África, de 74%.
Entre julho e setembro deste ano, os países que tiveram a recuperação mais forte do turismo foram Croácia, México e Turquia, além do Caribe, segundo o levantamento da OMT.
Agora, o setor se volta para os possíveis efeitos da variante Ômicron. Na última segunda-feira (29), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que o surgimento da cepa mostra como a situação ainda é “perigosa e precária”.
*sob supervisão de Pauline Almeida