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    Turismo brasileiro teve prejuízo de R$ 17,4 bi apenas em julho, aponta CNC

    No acumulado de março de 2020 a julho de 2021, estudo indica perdas superiores a R$ 410 bilhões

    Iuri Corsinida CNN , no Rio de Janeiro

    O setor de turismo no Brasil registrou, em apenas um mês, entre junho e julho deste ano, prejuízo de R$ 17,4 bilhões. Com isso, no acumulado entre os meses de março de 2020 a julho de 2021, o setor acumula R$ 413,1 bilhões em perdas, de acordo com estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Contudo, a entidade aponta que o setor registra nos últimos meses crescimento em relação a 2020.

    A pesquisa inclui os setores de alimentação, transporte, cultura e hospedagem. Para o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC, a explicação para essa redução do prejuízo em relação ao ano passado é simples, e se baseia nos elevados impactos produzidos pela pandemia de Covid-19 no setor, restringindo a mobilidade.

    “Pegando os meses a partir de abril do ano passado percebe-se que os prejuízos foram muito maiores do que neste ano. Isso mostra o quão baixa é a base de comparação de 2020 em relação a esse ano. O setor continua perdendo receita em relação ao seu potencial mensal de geração de receita no período pré-pandemia, mas essa perda no ano passado era muito maior”, avalia.

    Bentes informou que mesmo com os números ainda no vermelho, a taxa de crescimento observada nos últimos três meses é de mais de 80%. No auge da pandemia em 2020, as perdas do turismo superaram os 50% e, atualmente, estão em 24%, o que indica uma reação do setor.

    Ainda segundo a CNC, a projeção de crescimento para as atividades turísticas aumentou em 2021. Saiu de uma alta de 18,2%, em 2020, para 19,1%, em 2021, no volume prestado de serviços turísticos.

    Sendo assim, a previsão é de um acréscimo de 0.9% na comparação entre este ano e o ano passado.

    Porém, a previsão de retomada dos patamares observados no período pré-pandemia, no melhor dos cenários, deve acontecer apenas no último trimestre de 2022.

    Bentes cita que, apesar da melhora na pandemia, ainda há restrições de circulação, e chama atenção para o atual cenário econômico que deve dificultar a recuperação do setor de uma forma mais substancial. Além disso, o economista cita a importância do avanço da campanha de imunização no país.

    “Vale à pena investir em vacinas, tentar acelerar a vacinação. É ela que está por trás desse processo de recuperação no curto prazo, até que a economia se organize. Esperamos que em 2022 isso ocorra com taxa de inflação menor, juros estáveis no próximo ano e mercado de trabalho mais aquecido. Sem a combinação desse cenário, essa recuperação vai ocorrer, mas se dará de forma mais lenta e pode extrapolar para o ano de 2023”, explica.

    Bentes também cita o processo de inflação muito alto, que faz com que as famílias evitem gastos que não são essenciais.

    “O crédito está mais caro, a taxa Selic é bem diferente da taxa do início de 2021, com expectativa de fechar o ano em 8%. Com isso, a contratação de um pacote turístico fica mais caro, por exemplo”, afirma.

    O economista da CNC cita um número positivo: a geração de novos empregos no turismo que, pela primeira vez em um ano, criou postos de trabalho.

    “Outro fator importante que tem que ser considerado é o desempenho do trabalho no setor de turismo. Pela primeira vez em 12 meses o setor gerou vagas. Cerca de 40 mil vagas foram criadas (ainda abaixo do patamar normal), mas que mostra uma reação e sinaliza uma expectativa positiva para esse último quadrimestre de 2021”, conclui.

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