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    Trabalho remoto mais que dobrou em 10 anos, mas caiu após pandemia, mostra IBGE

    PNAD Contínua também aponta crescimento na taxa de pessoas que trabalham em veículos

    João Nakamurada CNN , São Paulo

    A proporção de pessoas que trabalham de suas casas mais que dobrou nos últimos dez anos, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados nesta sexta-feira (21).

    Tirando os servidores públicos e trabalhadores domésticos, 8,3% das pessoas ocupadas no país em 2023 realizavam suas atividades diretamente de seus domicílios de residência.

    Nota-se que o crescimento desse grupo, que era nulo entre 2012 e 2016, saltou em decorrência da pandemia, segundo o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano, chegando a 8,5% em 2022.

    “Houve um crescimento expressivo das pessoas que realizam o trabalho no local do domicílio. Esse crescimento no período tem relação com a pandemia. No entanto, entre 2022 e 2023, houve uma pequena queda”, aponta Mariano.

    No pós-pandemia, muitas empresas buscaram chamar seus funcionários de volta aos escritórios, e o efeito dessa retomada pode ser observado na comparação dos dois anos.

    Ainda sim, nota-se como a tendência de ter que se deslocar para o escritório da própria empresa onde trabalha diminuiu no período.

    Em 2023, o contingente total de pessoas de 14 anos ou mais ocupadas chegou a cerca de 100,7 milhões.

    Os dados sobre o local de trabalho não incluem pessoas dos grupos “Administração pública, defesa e seguridade social” e “Serviços domésticos”, que juntos representam cerca de 23,9% do contingente total.

    Uberização

    Outro dado observado na PNAD Contínua é o crescimento de trabalhadores que exercem suas funções em “veículo automotor”.

    De acordo com Mariano, “em grande medida, o fenômeno está relacionado às diversas formas de entrega e trabalhos por aplicativos”.

    “Ressalte-se que o comércio de alimentos em veículo foi também outro segmento que cresceu, especialmente nos centros urbanos”, conclui o analista do IBGE.

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