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    “Torço para que Brics não vire aliança anti-ocidental”, diz Troyjo à CNN

    Ex-presidente do Banco dos Brics avalia que ampliação recente traz crise de identidade ao grupo

    Daniel RittnerThais Herédiada CNN , em Brasília e São Paulo

    Com a autoridade de quem comandou por quase três anos o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco dos Brics, o economista Marcos Troyjo avalia que a ampliação recente do grupo deixou uma série de perguntas sobre o seu próprio significado.

    Ele lembra que o acrônimo foi criado por Jim O’Neill, do Goldman Sachs, para referir-se a quatro economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China – que abocanhariam uma fatia cada vez maior do PIB global.

    Depois, houve a inclusão da África do Sul para dar o peso de um representante do continente africano.

    Essa ideia foi substituída por alguma outra coisa. Você passou a ter o Irã, um dos países mais sancionados do mundo, como membro do Brics”, observa Troyjo, que presidiu o NDB entre 2020 e 2023.

    “Passou até a Etiópia, que é um país com renda per capita pouco maior de US$ 1 mil [por ano]. Então, aquilo que tinha uma certa coerência foi substituído por outra coisa que ainda não dá para saber bem o que é”, acrescenta.

    Além de Irã e Etiópia, outros três países foram incorporados pelo Brics: Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes. Neste ano, a Indonésia também aderiu formalmente.

    “Eu torço muito para que o Brics não se torne uma aliança anti-ocidental. Porque o Brasil é um país ocidental, né? Então, estaria jogando contra os seus próprios interesses.”

    Em 2025, o Brasil exerce a presidência rotativa do grupo. A cúpula de líderes do Brics está marcada para julho, no Rio de Janeiro.

    Em participação no CNN Entrevistas, que vai ao ar neste sábado (8), Troyjo lamentou a paralisia no processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    Outros cinco países – Argentina, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia – foram admitidos junto com o Brasil para negociar sua entrada na OCDE.

    É um processo lento, que requer a incorporação de dezenas de acordos, mas entrou em banho-maria no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Nós seríamos o único país do mundo [a ser] membro do Brics, do G20 e também da OCDE”, disse Troyjo.

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