Todas as formas de doações caíram em 2020, diz pesquisa
À CNN Rádio, Paula Fabiani disse que o engajamento das classes mais favorecidas cresceu no período
A segunda edição da Pesquisa Doação Brasil – que é coordenada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e realizada pelo Instituto Ipsos – revelou que todas as formas de doações caíram no ano de 2020.
Em comparação com 2015, houve queda desde doações de dinheiro até de bens e de tempo, como trabalho voluntário. Para o levantamento, foram entrevistados mais de 2 mil brasileiros, acima de 18 anos e com renda acima de um salário-mínimo.
Em entrevista à CNN Rádio, a presidente do IDIS, Paula Fabiani, disse que os números se explicam pela crise econômica, agravada pela pandemia. “As classes C e D sofreram com a redução de renda, muitos deles foram levados à condição de beneficiários”.
Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Já a queda de doações em dinheiro, por exemplo, foi de 46% para 37%.
Mesmo assim, Fabiani destaca que a boa notícia é que houve maior engajamento das classes favorecidas. “Aumentou o percentual de doações entre pessoas com mais de 6 salários-mínimos de renda”. Além disso, a confiança nas organizações, como ONGs, também aumentou: “A sociedade ampliou a visão positiva sobre elas”.
O perfil das doações também mudou: “Em 2015, as causas prioritárias eram saúde e crianças, em 2020, o combate à pobreza foi a principal para o brasileiro”.
Fabiani disse acreditar que “uma vez que haja recuperação econômica”, os patamares de doações devem retornar a patamares superiores a 0,23% do PIB, que foi o identificado em 2015. “80% dos doadores querem manter ou aumentar a doação, o que é reflexo no avanço da cidadania no Brasil”.