Tesouro dos EUA ainda vê “muito mais trabalho” para reduzir desigualdade racial
Secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que pasta trabalha para corrigir erros econômicos apontados por Martin Luther King Jr
O Tesouro dos Estados Unidos tomou medidas cruciais no ano passado para lidar com as injustiças econômicas raciais de longa data, mas ainda tem “muito mais trabalho” pela frente para diminuir a divisão racial de riqueza, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, nesta segunda-feira (17).
Yellen disse em uma reunião organizada pelo reverendo Al Sharpton e seu grupo de direitos humanos National Action Network que o Tesouro está trabalhando para corrigir erros econômicos apontados pelo antigo líder dos direitos civis Martin Luther King Jr em seu discurso “I Have a Dream” (Eu tenho um sonho) de 1963.
“Ele sabia que a injustiça econômica estava ligada à injustiça maior contra a qual ele lutava. Da Reconstrução a Jim Crow até os dias atuais, nossa economia nunca funcionou de forma justa para os norte-americanos negros – ou, na verdade, para qualquer norte-americano não-branco”, disse Yellen durante um café da manhã em homenagem a King.
Jim Crow refere-se às leis postas em prática nos Estados do sul norte-americano nas décadas após a Guerra Civil dos EUA, de 1861 a 1865, para legalizar a segregação racial e privar os cidadãos negros.
Ao longo do último ano, segundo ela, o Tesouro concluiu sua primeira revisão de patrimônio, contratou sua equipe de liderança mais diversificada de todos os tempos e nomeou seu primeiro conselheiro em equidade racial, enquanto criava um plano de apoio da Covid-19 para atender melhor as comunidades não brancas.
“É claro que nenhum programa e nenhuma administração pode realizar as esperanças e aspirações que o Dr. King tinha para nosso país”, disse Yellen. “Ainda há muito mais trabalho que o Tesouro precisa fazer para diminuir a divisão racial de riqueza.”
Dados do Federal Reserve mostram que as famílias brancas possuíam 85,5% da riqueza dos Estados Unidos em 2019, embora representem 60% da população, enquanto as famílias negras possuíam 4,2% e as latinas, 3,1%. Esses números mudaram pouco em relação a 30 anos atrás, de acordo com USAFacts.org, uma organização sem fins lucrativos não-partidária.