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    Temos uma carga tributária absurdamente elevada e é óbvio que precisa cortar gastos, diz ex-BC à CNN

    Sérgio Werlang questionou declaração de Lula no WW desta quarta (26) após contas públicas registrarem déficit em maio, apesar de arrecadação recorde

    João Nakamurada CNN , São Paulo

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta quarta-feira (26) que se deve discutir se é realmente necessária a realização de um corte de gastos ou se o caminho para as contas públicas é aumentar a arrecadação.

    “Problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou aumentar a arrecadação. Precisamos fazer esta discussão”, disse em entrevista ao UOL, quando questionado sobre medidas para reduzir despesas.

    Para o ex-diretor do Banco Central (BC) Sérgio Werlang a resposta é clara: o caminho está no corte de gastos.

    “Quando o presidente da República vem a público e diz que não sabe se o problema é corte de gasto ou aumento de arrecadação, todo mundo fica perplexo”, enfatizou o ex-BC em entrevista ao WW desta noite.

    “O Brasil tem a maior arrecadação proporção do PIB. Nós já estamos com uma carga tributária absurdamente elevada, então está claro para todo mundo que é uma coisa óbvia que o que precisa fazer é cortar gasto”, afirmou Werlang à CNN.

    Werlang destaca que esse tipo de declaração é o que coloca um alerta sobre as contas públicas, uma vez que ao “fazerem as contas”, as pessoas e o mercado percebem o grau de risco que isso coloca para o país, o que por sua vez impacta na desancoragem das expectativas de inflação e no desempenho do mercado.

    A arrecadação do governo vem registrando desempenhos recorde neste ano. A Receita Federal divulgou na terça-feira (25) que a arrecadação federal atingiu R$ 202,9 bilhões em maio, o melhor resultado para o mês.

    Contudo, o resultado não foi suficiente para equilibrar as contas públicas. Nesta quarta, o Tesouro Nacional revelou que o governo registrou déficit de R$ 61 bilhões no mês, resultado 30,4% pior na comparação com abril – descontada a alta da inflação no período.

    No acumulado em 12 meses, até maio de 2024, o déficit é de R$ 268,4 bilhões, equivalente a 2,36% do PIB.

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