Temos que corrigir escorregada do dólar, diz Haddad
Ministro afirmou que houve erro na comunicação do governo durante a apresentação das medidas fiscais
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (20) ser necessário corrigir a “escorregada” do dólar. A moeda norte-americana fechou na última quinta-feira (19) em R$ 6,12.
“Temos que corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui. Não no sentido de buscar um nível de dólar e de mirar uma meta. Na minha opinião, o Banco Central deveria atuar é que não tem que buscar nível, tem que buscar equilíbrio“, disse.
O ministro evitou definir uma meta para o câmbio, mas afirmou que o Banco Central deve corrigir as disfuncionalidades.
“Sempre que houver uma disfuncionalidade, incerteza, insegurança, que gere disfuncionalidade no mercado de câmbio e no mercado de juros, o Banco Central deve promover correções nesse sentido. Não buscando uma meta de qual o valor do dólar adequado. Não é esse o papel do Banco Central. Corrigir disfuncionalidades, sim”, afirmou.
Durante café com jornalistas nesta sexta-feira (20), Haddad reconheceu que houve “problemas” de comunicação das medidas fiscais elaboradas pelo governo. Uma das queixas do ministro é que as propostas vazaram antes da apresentação oficial, o que causou uma recepção negativa por parte do mercado financeiro.
“Houve problemas de comunicação no fim do ano que fizeram com que a queda do dólar fosse mais forte do que a dos pares. É preciso corrigir a comunicação. Tomar medidas que tragam o câmbio não para um patamar específico, mas para uma situação de funcionalidade”, disse Haddad.
Em seguida, Haddad completou: “Os vazamentos que ocorreram nas vésperas do anúncio das medidas produziu um efeito deletério. Isso foi ruim. A gente começou a ter que explicar depois o fato constatado de que houve uma má recepção do conjunto de medidas. A partir do momento que o Banco Central e o Tesouro Nacional atuam e as medidas vão ficando mais claras, eu penso que essa tensão diminui e as coisas voltem a normalidade”.
O ministro pontuou que o cenário econômico externo segue “desafiador”, sobretudo com a taxa de juros nos Estados Unidos, que ficam agora na faixa de 4,25% a 4,5%. Haddad mencionou também que há uma “reacomodação geopolítica” com Donald Trump como presidente norte-americano.