Suspender exportação por ‘vaca louca’ é previsto em acordo, diz economista
Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da FGV, afirmou que a restrição de envios para a China é temporária não deve impactar economia brasileira
A suspensão de exportações de carne bovina brasileira para a China por causa de casos do “mal da vaca louca” é prevista na relação comercial dos países, afirma o pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV, Felippe Serigati.
A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou a ocorrência de dois casos atípicos da doença em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). Estes são o quarto e o quinto casos atípicos registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença, segundo o ministério.
Em entrevista à CNN, o economista da FGV relembrou que o mesmo ocorreu em 2019, quando também foi identificado o “mal da vaca louca” em animais brasileiros.
“Na ocasião, houve um tempo para que fosse realizada uma contraprova e houve confirmação das autoridades oficiais, o Ministério da Agricultura, as exportações para a China ficaram suspensas por 13 dias e depois tudo voltou à normalidade”, disse Serigati. “Está seguindo tudo dentro do protocolo, ao menos até o momento.”
Por isso, para o especialista, a suspensão temporária das exportações para a China não devem impactar a economia brasileiro a curto prazo.
“É um choque transitório, então, muito em breve, dentro de alguns dias, volta ao ritmo normal em que o mercado está operando”, apontou.
Segundo ele, há três anos o país não registrou prejuízos financeiros por causa do “mal da vaca louca”.
“Em 2019, em termos líquidos, não houve prejuízo. O conjunto de contratos de exportação a serem cumpridos temporariamente ficaram suspensos, o que é previsto nesse acordo da parceria comercial entre Brasil e China. É um caso atípico, mas vamos acompanhar.”