Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Sudeste Asiático ultrapassa Mercosul como destino das exportações brasileiras

    No primeiro semestre, vendas para países vizinhos caem 30% e crescem quase 10% para a Asean, que "rouba" lugar do bloco sul-americano

    Gabriel Garciada CNN , Brasília

    As exportações brasileiras para os países da Asean, bloco econômico que reúne dez países do Sudeste Asiático, já superam as vendas para todo o Mercosul – uma demonstração tanto de vitalidade nos embarques para outros destinos comerciais quanto de enfraquecimento do mercado sul-americano.

    No primeiro semestre, as exportações do Brasil para o Sudeste Asiático atingiram US$ 13,2 bilhões, o que representa um crescimento de 9,7% na comparação com o mesmo período do ano passado – quando somaram US$ 12 bilhões.

    Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (4) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

    As commodities ainda predominam na lista das principais mercadorias vendidas pelo Brasil à Asean. Petróleo, soja e açúcar foram os itens que impulsionaram essa alta.

    Singapura, por exemplo, foi o destino de US$ 2,3 bilhões de petróleo brasileiro na primeira metade deste ano. A Indonésia importou US$ 827 milhões em açúcar produzido no Brasil – contra US$ 165 milhões entre janeiro e junho em 2023.

    Em 2023, o Mercosul e Singapura assinaram um tratado de livre comércio. Trata-se do primeiro acordo comercial do bloco realizado com um país do sudeste asiático. Na prática, o acordo elimina mutuamente as tarifas de importação e simplifica procedimentos aduaneiros.

    São países-membros da Asean: Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia e Vietnã.

    Já as exportações brasileiras para o Mercosul caíram 30%. No primeiro semestre de 2023, o montante das exportações totalizava US$ 12,5 bilhões. Em igual período de 2024, o valor foi de US$ 8,8 bilhões.

    Essa queda foi puxada, principalmente, pelas exportações do Brasil para a Argentina, que caíram 37%. Os argentinos vivem uma prolongada crise econômica, com queda do PIB e inflação acumulada de 276% nos últimos 12 meses.

    A diferença é que, para os vizinhos da região, as empresas brasileiras continuam exportando sobretudo bens manufaturados – industrializados e semi-industrializados.

    O Mercosul realiza em Assunção, a partir de domingo (7), sua reunião semestral de cúpula. O presidente da Argentina, Javier Milei, decidiu não participar. No fim de semana, ele estará no Balneário Camboriú (SC) para participar da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC).

    Tópicos