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    S&P mantém nota de crédito do Brasil em BB-, com perspectiva estável

    A expectativa da S&P é que o PIB brasileiro cresça 4% neste ano, com alta de 2,2% ao ano no período 2022-2024

    Por Isabel Versiani, da Reuters

    A agência de classificação de risco S&P Global manteve a nota de crédito soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em BB-, com perspectiva estável, destacando que o país deve ter uma consolidação fiscal lenta até 2024, mas que a recuperação econômica neste ano deve ajudar a conter o endividamento.

    Em relatório, a agência também afirmou que a janela de oportunidades para reformas se estreitará com a aproximação das eleições de 2022 e que, na ausência de um ritmo mais rápido de aprovação de medidas estruturais, o crescimento econômico deve permanecer moderado no médio prazo.

    A expectativa da S&P é que o PIB brasileiro cresça 4% neste ano, com alta de 2,2% ao ano no período 2022-2024.

    A nota de crédito soberano de longo prazo BB- está em território especulativo, três graus abaixo do mínimo para “grau de investimento” (BBB-), a partir do qual o país tem selo de bom pagador.

    “A perspectiva estável reflete nossas expectativas de recuperação econômica em 2021 e de redução gradual do déficit fiscal, o que deve resultar em um ritmo mais lento de acúmulo de dívida nos próximos dois anos, bem como em um desempenho externo sólido”, disse a S&P.

    “Esperamos que a ligeira melhora na trajetória fiscal e as amplas reservas de liquidez ajudem a preservar a confiança do mercado e as condições de financiamento adequadas para o governo nos mercados locais.”

    A melhora fiscal esperada para este ano é atribuída à redução dos gastos emergenciais e a “receitas fiscais dinâmicas” em meio à recuperação do crescimento.

    Ainda sobre as eleições de 2022, a S&P disse que o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem ser candidatos “competitivos, apesar de seus altos índices de rejeição”.

    “As iniciativas de política após a eleição e a capacidade de formular coalizões fortes serão fundamentais para a qualidade de crédito do Brasil.”

    Uma persistente fraqueza fiscal nos próximos dois anos que leve a novas pressões de financiamento para o governo a custos mais elevados de dívida e inflação pode levar a um rebaixamento da nota do Brasil.

    Se houver uma melhora fiscal mais rápida do que o esperado, por outro lado, o rating pode ser melhorado, disse a S&P.

    Na semana passada, a Fitch Ratings reafirmou o rating do Brasil em “BB-“, com perspectiva negativa, destacando a deterioração das contas fiscais e o fardo da dívida diante da incerteza com a evolução da pandemia e o processo de vacinação

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