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    S&P corta perspectiva de nota de crédito da Via para negativa

    Agência de classificação de riscos cita dificuldades para a empresa conseguir reduzir alavancagem nos próximos trimestres

    da Reuters

    A agência de classificação de risco S&P reduziu, nesta quarta-feira (25), a perspectiva da nota de crédito do grupo de varejo Via para negativa, citando dificuldades para a empresa conseguir reduzir alavancagem nos próximos trimestres por causa da deterioração do ambiente macroeconômico.

    “A perspectiva negativa indica que poderemos rebaixar os ratings em mais de um degrau se a empresa não for bem-sucedida na implantação do seu plano para melhorar margens e manter endividamento pelo menos estável nos próximos 6 a 12 meses”, afirmou a S&P, em comunicado.

    “Se esse cenário se confirmar, veríamos a dívida líquida ajustada sobre Ebitda consistentemente acima de 5 vezes e pressões de liquidez por uma fraca geração de caixa”, acrescentou a agência.

    A S&P estima margem Ebitda em torno de 7,5% a 8% para a Via neste ano e dívida sobre Ebitda próxima de 4 vezes. Para 2021, a agência espera margem de 6,5%, ante perspectiva anterior de 7,5%. A companhia planeja divulgar seus resultados do quarto trimestre em 9 de março.

    A agência citou a elevação dos juros no país, além de inflação e desemprego atingindo a renda das famílias, o que poderia impactar a rentabilidade, a geração de caixa e o custo da dívida do grupo dono das bandeiras Casas Bahia e Ponto.

    A S&P avalia que a Via apresentará alavancagem que maior que a expectativa, “devido às elevadas provisões para processos trabalhistas e maior endividamento ajustado”.

    No terceiro trimestre, a Via estimou que terá em 2022 impacto decorrente de processos trabalhistas de 900 milhões a 1 bilhão de reais, que será seguido por 500 milhões a 600 milhões de reais em 2023.

    Na época, a empresa afirmou que monetização de créditos fiscais será suficiente para fazer frente às saídas de caixas decorrentes dos processos.

    “Por outro lado, esperamos que a Via apresente menor nível de estoque e alongue prazos com fornecedores, permitindo uma geração de caixa operacional positiva ao final de 2022”, afirmou a S&P em relatório de Henrique Koch.

    Em nota, a Via afirmou que a S&P manteve o status de grau de investimento da companhia, “nota dada para empresas com capacidade muito forte de honrar compromissos financeiros”.

    A empresa disse, ainda, que “a mudança do cenário macroeconômico, em especial a alta de juros, e a desaceleração observada na economia em geral e no varejo especificamente, influenciaram a decisão da agência de revisar o rating da Via de “brAA” para “brAA-“.

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