Está difícil equilibrar os interesses sobre combustíveis, diz professor da USP
Petrobras anunciou que a partir da meia-noite de terça-feira (9) haverá aumento nos preços de gasolina, diesel e gás de cozinha
A Petrobras anunciou que a partir da meia-noite de terça-feira (9) haverá aumento nos preços dos três principais combustíveis vendidos pela companhia: gasolina, diesel e gás de cozinha.
Em entrevista à CNN, Ildo Luís Sauer, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que a situação dos combustíveis no Brasil tem sido objeto de polêmicas há décadas.
“O alinhamento dos preços dos derivados do petróleo nem sempre tem sido praticado, especialmente em 2011 a 2014, [quando] houve um aprofundamento dos preços em relação ao mercado internacional”, disse.
“É claro que a história brasileira na área de energia em geral está vinculada a uma política pública de preços que, no passado, tem contribuído muito para o processo de urbanização e industrialização.”
Sauer também afirmou que há pressão política e que o governo está com dificuldade para equilibrar os interesses.
“O governo está de um lado acendendo a vela da lealdade histórica ao neoliberalismo, de praticar os preços internacionais para aumentar os lucros dos acionistas, e de outro lado fazendo apelos aos grupos de interesse que querem os preços mais baixos, como os caminhoneiros e consumidores. Esta equação está sendo difícil de equilibrar.”
Segundo a estatal, o litro da gasolina vendido nas refinarias aumentará R$ 0,17, o que levará o valor médio para R$ 2,25 por litro. Esse reajuste equivale a um aumento médio de 8,2%. No caso do diesel, o aumento será de R$ 0,13, para R$ 2,24 por litro. Nesse caso, o valor equivale à alta de 6,2%. O gás de cozinha também será reajustado, com aumento de R$ 0,14 por quilo, para R$ 2,77 – reajuste de 5,1%.