Silveira rebate Trump e diz que EUA impõem barreiras maiores ao açúcar
Ministro de Minas e Energia classificou decisão do presidente dos EUA como “desarrazoada” e que traz “prejuízos ao multilateralismo”
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou nesta quinta-feira (13) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adotar tarifas recíprocas no comércio internacional. O memorando assinado por Trump cita o Brasil ao afirmar que a tarifa norte-americana sobre o etanol é menor que a brasileira.
No texto publicado pela Casa Branca, o governo usa o Brasil como exemplo para justificar a medida, dizendo que a taxa estadunidense é de “apenas 2,5%, enquanto o Brasil cobra 18% sobre o produto importado dos EUA”.
“Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, diz o memorando.
Silveira rebateu a crítica destacando que, ao mesmo tempo, os EUA impõem um imposto de 81,16% sobre o açúcar brasileiro, sem oferecer nenhuma contrapartida.
“Para ter um plano justo e recíproco, como dito pelo presidente Trump, seria necessário, na verdade, zerar as alíquotas de importação para o açúcar brasileiro”, afirmou.
Silveira também destacou que o Brasil se tornou mais competitivo na produção de etanol com políticas de incentivo como o programa Combustível do Futuro.
Segundo ele, a nova postura do governo norte-americano ignora os avanços brasileiros no setor e impõe barreiras comerciais injustificadas.
O ministro ainda classificou a medida como “desarrazoada” e prejudicial ao comércio global.
“A decisão de Trump é desarrazoada, pois não há nenhuma contrapartida na ampliação da exportação de açúcar brasileiro para os norte-americanos. Esse tipo de postura enfraquece o multilateralismo e terá consequências negativas para a própria economia dos EUA”, diz o texto enviado à imprensa.
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