Setores de comércio e serviços fecham o ano em queda, aponta FGV IBRE
Economista avalia que resultados negativos de dezembro ainda devem refletir em 2022
A confiança dos setores de comércio e serviços perdeu forças na reta final do ano e teve queda em dezembro. As duas baixas foram influenciadas pela piora nos volumes de demandas registrados pelas categorias nesse período. Os dois indicadores são medidos pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, o FGV IBRE, e foram divulgados nesta terça-feira (28).
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1,3 pontos, ficando em 95,5 pontos. Em novembro, ele foi de 96,8. Com isso, o ICS chega à segunda queda consecutiva, já que no último mês também havia sido apontada uma retração de 2,3 pontos em relação a outubro.
Já o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou 2,7 pontos. No mês anterior, a taxa era de 88,0 pontos, enquanto, em dezembro, o resultado passou para 85,3 pontos. Este é o menor nível desde abril de 2020, quando o ICOM chegou a 84,1 pontos.
As duas pesquisas, que levam em consideração as três primeiras semanas do mês, servem como uma antecipação das tendências econômicas, a curto prazo, previstas para o comércio e para o ramo de serviços do país.
O economista do FGV IBRE, Rodolpho Tobler, explica que a situação da Covid-19 em território nacional ainda é motivo de preocupação no comércio brasileiro. “Em dezembro, o resultado negativo foi influenciado por uma ligeira piora na demanda no momento e diminuição das expectativas sobre os próximos meses. Apesar do programa de vacinação seguir avançando, o cenário para os próximos meses ainda parece muito incerto, principalmente pelo ambiente macroeconômico mais frágil e a dúvida sobre nova variante”, destaca.
“Com mais uma nova queda, o comércio termina 2021 com perda acumulada de 6,4 pontos. O setor continua sentindo os efeitos negativos da baixa confiança do consumidor, lenta recuperação do mercado de trabalho, alta inflação e juros em alta”, acrescenta.
Enquanto isso, no setor de serviços, Tobler chama a atenção para os efeitos desse fechamento de ano nas projeções para 2022. “As expectativas pioraram sugerindo que o início do próximo ano deve ser desafiador, sem perspectivas de retorno da trajetória de recuperação que vinha ocorrendo até o terceiro trimestre desse ano”, afirma o especialista.
* Sob supervisão de Adriana Freitas.