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    Setor de serviços recua 0,9% em agosto, aponta IBGE

    Resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, que calculava uma expansão de 0,4% no mês

    Iasmin Paivada CNN , São Paulo

    O volume de serviços prestados no país registrou queda de 0,9% em agosto frente o mês anterior, após registras três meses de altas consecutivas, acumulando um ganho de 2,1% no período entre maio-julho.

    O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, que calculava um aumento de 0,4% no mês, segundo a mediana das estimativas da Reuters.

    Com esse recuo, o setor de serviços se encontra 11,6% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 1,9% abaixo de dezembro de 2022 (auge da série histórica).

    Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor teve uma expansão de 0,9%, abaixo dos 2,8% calculados pela Reuters.

    No ano, o setor de serviços acumula alta de 4,1% frente ao mesmo período do ano passado. Já o acumulado em 12 meses foi de 5,3%.

    Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Resultado por atividade

    O setor de transportes teve a maior influência no resultado e registrou taxa negativa em todos os modais: terrestres (-0,9%); aquaviário (-1,3%); aéreo (-0,3%) e armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (-5,5%).

    Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o resultado dos transportes foi puxado principalmente pelo recuo nas atividades de gestão de portos e terminais e de transporte rodoviário de cargas.

    “A gestão de portos e terminais, que está dentro do subsetor de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio, vem apresentando perda de fôlego há algum tempo, registrando um impacto importante na pesquisa. O transporte de cargas, por sua vez, atingiu o ápice em julho de 2023, ou seja, está com uma base de comparação muito elevada”, destaca.

    Os serviços prestados às famílias recuaram 3,8% em agosto, após acumular ganho de 4,8% entre abril e julho, registrando o segundo maior impacto negativo para o índice geral.

    “O setor agora devolve boa parte desse ganho, com a queda ocorrendo basicamente em restaurantes e hotéis, que são os principais componentes em termos de peso”, aponta o pesquisador. Ele ressalta ainda que julho é mês de férias, quando as famílias aumentam o consumo por serviços de alimentação e hospedagem, elevando assim a base de comparação para o mês subsequente.

    O terceiro impacto negativo mais importante veio da atividade de informação e comunicação (-0,8%), que registra a segunda queda seguida, acumulando retração de 1,0%.

    “Essa queda se deu em função de perdas de receita de empresas que atuam com consultoria em tecnologia da informação e também em telecomunicações”, explica.

    Já a única atividade que registrou crescimento foram os serviços profissionais, administrativos e complementares, que subiram 1,7% em agosto, taxa mais intensa desde março de 2023 (3,8%). Nesse setor, destacam-se atividades de limpeza, atividades jurídicas e serviços de engenharia.

    Veja também: Serviços online e de streaming terão imposto maior

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