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    Setor de serviços estima perda mensal de R$ 36 mi com reposição de força de trabalho

    Segundo a Cebrasse, a estimativa é de que até o fim de janeiro mais de 500 mil trabalhadores do setor se afastem por conta do aumento de casos de covid-19 no país

    Isabelle Resendeda CNN , Rio de Janeiro

    Um levantamento feito pela Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse) a pedido da CNN revela o impacto econômico no setor com as perdas decorrentes do afastamento de profissionais contaminados pela Covid-19.

    A entidade estima que até o fim deste mês aproximadamente 511 mil trabalhadores tenham sido afastados em decorrência da doença. Com isso, o setor calcula uma perda mensal de R$35,53 milhões com a reposição de pelo menos 50% da força de trabalho.

    Os dados levam em conta os trabalhadores da área de transportes, alojamento, alimentação, atividades imobiliárias, desenvolvimento de sistemas, serviços profissionais e administrativos, vigilância, educação privada, entre outros.

    Estão fora desse levantamento os empregados do setor financeiro, da administração pública e da saúde e educação públicas, assim como serviços domésticos e o comércio.

    Para fazer o cálculo, a entidade levou em conta a proporção da população brasileira infectada pela Covid-19 na última semana, com base na média móvel de casos da doença, e a partir daí fez uma estimativa do número de trabalhadores infectados.

    Segundo representantes do setor, esse percentual corresponde a 1,7% dos trabalhadores infectados, o que significa um contingente de 511,5 mil funcionários do setor de serviços afastados em razão da Covid-19 até o fim do mês.

    Diante do crescente número de casos provocados pela variante Ômicron, o diretor-técnico da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), Jorge Segeti, acredita que somente a partir de março o número de afastamentos diminua.

    Até lá, a previsão é de que pelo menos 50% da força de trabalho tenha que ser substituída, o que gera um custo para o empresariado de aproximadamente R$12 milhões somente com a reposição, sem levar em conta os encargos trabalhistas.

    Como medida para diminuir os impactos, Segeti acredita que uma medida do governo para diminuir os dias de afastamento necessários para que o INSS cubra os gastos com a ausência do trabalhador ajudaria o setor. Atualmente, o subsídio acontece a partir do 15º dia de afastamento.

    “O setor de serviços tem como característica a mão de obra, que está ligada diretamente ao cliente. Quando não se pode prestar o serviço, não há como recuperar isso. Ou se coloca um novo trabalhador para fazer esse trabalho ou não se faz. Principalmente para as pequenas empresas o afastamento é muito custoso”, avaliou.

    O diretor da Cebrasse acredita que a normalização do setor se dê somente a partir de abril, quando espera que os casos de afastamento diminuam e a força de trabalho esteja recomposta. Quanto às perdas, o setor aposta no crescimento da economia para recuperar parte dos prejuízos provocados por esse novo pico da pandemia.

    De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços cresceu 2,4% em novembro, após ter registrado dois meses seguidos de queda. O resultado foi o maior já alcançado nos últimos seis anos.

    Apesar de mostrarem recuperação, os serviços ainda estão 7,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014, segundo o instituto.

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