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    Setor de serviços cai 1,2% em outubro, segundo mês seguido de retração

    Telecomunicações são destaque negativo; resultado mostra começo fraco da atividade no último trimestre do ano

    Ligia Tuondo CNN Brasil Business

    Os serviços caíram pelo segundo mês seguido, com queda de 1,2% em outubro, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (14).

    O resultado ficou bem abaixo da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,1%, o que mostra um começo fraco da atividade no último trimestre do ano.

    Já na comparação anual, o volume de serviços apresenta alta de 7,5%, a oitava taxa positiva consecutiva. Analistas esperavam avanço de 9,5% nesse ângulo.

    Nos últimos dois meses, o setor acumula taxa negativa consecutiva, acumulando uma retração de 1,9%. No ano, acumula alta de 11% e, em 12 meses, de 8,2%.

    Apesar do resultado negativo de outubro, o setor ainda não elimina o ganho de 6,2% observado no período de abril a agosto, destaca o IBGE.

    O setor ainda está 2,1% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro do ano passado, mas 9,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

    “Em agosto, o setor estava 4,1% acima do patamar de fevereiro de 2020, passando para 3,3% em setembro e 2,1% agora em outubro”, destaca Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, em nota.

    Quatro das cinco atividades investigadas recuaram no mês de outubro, com destaque para serviços de informação e comunicação (-1,6%), que tiveram a segunda taxa negativa consecutiva, acumulando retração de 2,5%, diz a pesquisa.

    O segmento de telecomunicações foi o maior destaque negativo, influenciado pelo reajuste nas tarifas de telefonia fixa, que avançaram 7,33% nesse mês, explica Lobo.

    / IBGE

    Outro destaque negativo no mês foi o grupo “outros serviços“, cujo volume caiu 6,7% de um mês a outro, segunda queda seguida, acumulando perda de 12,7% nesse período.

    “Essa é uma atividade muito heterogênea e nesse mês foi impactada principalmente pela menor receita das empresas que atuam na pós-colheita, fazendo beneficiamento de produtos agrícolas, e, também, pela queda em corretoras de títulos e valores mobiliários”, diz Lobo.

    Os serviços prestados às famílias, por outro lado, cresceram 2,7% de setembro a outubro, sétimo resultado positivo seguido, acumulando 57,3% de alta.

    O especialista explica que esse setor foi o que mais sofreu durante a pandemia, por depender muito da circulação de pessoas nas ruas, e agora é impulsionado pelo avanço da vacinação contra a Covid-19.

    Anda assim, destaca Lobo, é o grupo que ainda fica mais distante do patamar pré-pandemia, com 13,6% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

    Na comparação anual, os serviços prestados às famílias já avançou 7,5%, mas mostra desaceleração no ritmo de crescimento, ressalta Lobo.

    Quarto trimestre fraco

    O resultado abaixo do esperado do setor de serviços, que representa 70% do PIB brasileiro, se junta ao desempenho fraco dos setores de comércio e da indústria em outubro.

    Os dados dos principais setores da economia são indicadores importantes de que a atividade seguiu com o pé no freio no começo do quarto trimestre.

    Vale ressaltar que, no terceiro trimestre, a economia brasileira entrou em recessão técnica ao registrar contração pela segunda vez seguida, com perdas na agropecuária e nas exportações ofuscando ganhos nos serviços, em um cenário de inflação elevada e aumento de juros no país e apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19.

    O Produto Interno Bruto do Brasil registrou queda de 0,1% entre julho e setembro.

     

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