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    Setor de carnes reporta dificuldades com parada de fiscais e teme efeito nas prateleiras

    Mobilização dos auditores fiscais já deixa mais de 1,9 mil caminhões parados em Foz do Iguaçu (PR), nos dois lados da fronteira entre Brasil e Paraguai

    Danilo MoliternoDébora OliveiraLarissa Coelhoda CNN

    A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou por meio de nota nesta quarta-feira (21) que o setor está enfrentando dificuldades diante da recente mobilização dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFAs).

    A mobilização dos auditores fiscais já deixa mais de 1,9 mil caminhões parados em Foz do Iguaçu (PR), nos dois lados da fronteira entre Brasil e Paraguai. A informação é do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).

    Segundo o setor, a operação atrasa a emissão de Certificados Sanitários Internacionais (CSIs) para embarques de produtos.

    “De imediato, a operação coloca em risco cargas vivas e compromete a importação e exportação de material genético, que são altamente sensíveis ao tempo de trânsito. No curto prazo, o retardo das linhas de produção provocado pelo movimento poderá impactar a oferta de produtos”, diz a nota.

    A Anffa Sindical confirmou que se reunirá com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, às 13h nesta quarta-feira para tratar do assunto. Em seu posicionamento, a ABPA ressalta “constante disponibilidade do titular da pasta em buscar uma solução que reduza os impactos à produção de alimentos do Brasil”.

    Em entrevista à CNN, o presidente da associação, Ricardo Santin, afirmou que o setor apoia as reivindicações dos auditores: “Somos uma cadeia única, em que os fiscais colaboram”. Mas destacou que é necessário garantir que o setor possa “produzir comida”.

    “O atraso impacta não só as exportações, mas também em transportes internos, que impacta toda a cadeia de suprimento. E isso, no médio prazo, pode levar à falta de produtos nas prateleiras”, disse.

    Segundo Santin, os maiores impactos, no momento, estão no transporte de cargas vivas. Tanto a importação quanto a exportação de material genético avícola, por exemplo, são pontos de atenção.

    A paralisação

    A mobilização, também chamada de “Operação Pente-Fino” foi deflagrada pelos trabalhadores no fim de janeiro, mas intensificada nesta segunda-feira (19), após a categoria rejeitar a proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A votação obteve 2015 votos, com 98% de reprovação da proposta.

    Segundo o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo, o número expressivo de votos que rejeitam a proposta apresentada é uma mensagem para o governo federal de que a carreira merece ser valorizada.

    “A carreira necessita de uma valorização do tamanho que o setor agropecuário representa. Precisamos de uma carreira moderna e bem estruturada para atender, com excelência, as demandas do setor”, afirma. “Seguimos firmes e fortes, coesos e unidos, em busca da valorização da carreira por meio da valorização”, conclui.

    Ainda de acordo com Janus Pablo, algumas tarefas não estão incluídas na operação, são elas: cargas vivas e perecíveis; diagnóstico de doenças e pragas de controle do MAPA; e certificados veterinários internacionais para viagem de animais de companhia.

    Em nota à CNN, o MGI destacou que concedeu reajuste linear de 9% aos servidores em 2023, que tendo um impacto “cheio” neste ano. Também informou que iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024, com mesas para tratar de carreiras específicas.

    “A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, disse.

     

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