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    Rússia dá calote em dívida externa pela primeira vez em mais de um século

    Kremlin afirma que realizou os pagamentos em maio e culpa Ocidente por exclusão do sistema financeiro global

    Andrea ShalalEmily ChanKarin Stroheckerda Reuters

    A Rússia deu calote em seus títulos soberanos estrangeiros pela primeira vez desde 1918, após a Revolução Bolchevique, uma vez que sanções abrangentes efetivamente cortaram o país do sistema financeiro global e tornaram seus ativos intocáveis ​​para muitos investidores.

    Uma autoridade dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira (27) que o calote demonstra como as medidas estão impactando a economia da Rússia. A Casa Branca também divulgou um documento detalhando possíveis ações do G7 para apoiar a Ucrânia e conter ainda mais as receitas do petróleo de Moscou.

    “As notícias desta manhã sobre a descoberta do default da Rússia, pela primeira vez em mais de um século, situam o quão fortes são as ações que os EUA, juntamente com aliados e parceiros tomaram, bem como o impacto sobre a economia da Rússia”, acrescentou o funcionário dos EUA em um briefing na cúpula do G7 na Alemanha.

    Horas antes, alguns detentores de títulos disseram que não receberam juros vencidos na segunda-feira, após o vencimento do período de carência no domingo (26).

    O Kremlin rejeitou as alegações de que deu calote em sua dívida externa. O porta-voz Dmitry Peskov disse que a Rússia fez pagamentos de títulos em maio, mas o fato de terem sido bloqueados pela Euroclear por causa das sanções ocidentais “não é nosso problema”.

    O governo russo disse repetidamente que não há motivos para a Rússia dar calote, mas é incapaz de enviar dinheiro aos detentores de títulos por causa das sanções, acusando o Ocidente de tentar levá-lo a um calote artificial.

    A Rússia tem lutado para manter os pagamentos de US$ 40 bilhões em títulos pendentes desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, já que medidas econômicas efetivamente cortaram o país do sistema financeiro global.

    Os esforços da Rússia para evitar o que seria seu primeiro grande default em títulos internacionais foram afetados no fim de maio, quando o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA praticamente impediu Moscou de realizar pagamentos internacionais.

    “Desde março, pensamos que o default russo é inevitável, a questão era quando”, disse Dennis Hranitzky, chefe de títulos soberanos do escritório de advocacia Quinn Emanuel, à Reuters. “O OFAC interveio para responder a essa pergunta para nós.”

    Um calote formal seria em grande parte simbólico, já que a Rússia não pode realizar empréstimos internacionalmente no momento e não precisa, graças às abundantes receitas de exportação de petróleo e gás. Mas o fato provavelmente aumentará os custos em empréstimos futuros.

    Os pagamentos em questão são US$ 100 milhões em juros sobre dois títulos, um em dólares americanos RU000A0JWHA4= e outro em euros RU234748670=, os quais a Rússia deveria ter pagado em 27 de maio. Os pagamentos tiveram um período de carência de 30 dias, que expirou no domingo.

    O Ministério das Finanças da Rússia disse que fez os pagamentos ao seu National Settlement Depository (NSD) em euros e dólares, acrescentando que cumpriu suas obrigações.

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