Rio amanhece com paralisação de rodoviários e motoristas de Uber

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio anunciou que o município entrou em Estágio de Mobilização às 0h desta terça-feira, dia 29 de março de 2022, devido à greve dos rodoviários e ao indicativo de chuva moderada.

O Estágio de Mobilização é o segundo nível em uma escala de cinco e significa haver riscos de ocorrências de alto impacto na cidade, podendo afetar a rotina de parte da população.

O serviço de transporte dos ônibus e BRT foram impactados pela greve dos rodoviários no início do dia. Nas primeiras horas, os passageiros formavam filas enormes na estação Leopoldina, região central no Rio, para embarcar nos poucos coletivos que circulam na cidade.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários, todos os articulados do BRT estão parados e só 50% da frota (ônibus da cidade) está em operação. Atualmente, cerca de 19 mil rodoviários trabalham na capital fluminense para atender, em média, três milhões de pessoas utilizam o transporte diariamente.

Em nota, a Prefeitura do Rio, por meio da MOBI-Rio, informou que montou um plano de contingência para reduzir os transtornos causados. Até o momento já foram disponibilizados 70 ônibus urbanos que fazem a linha Cesário de Melo, realizando o trajeto Santa Cruz x Alvorada. A MOBI-Rio informa ainda que mesmo com a decisão liminar que suspende a greve dos rodoviários, os motoristas do BRT não se apresentaram ao trabalho.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, afirmou que há relatos dos profissionais da categoria, de que as empresas estão ligando e indo buscar em casa os motoristas, além das ameaças que alguns sofrem para saírem com os ônibus das garagens sob pena de sofrerem sansões e até demissão.

“As empresas estão usando a liminar como forma de impor o retorno dos profissionais, porém o sindicato ainda não foi comunicado oficialmente da liminar. Assim que isso ocorrer, iremos convocar uma assembleia para comunicar a categoria a decisão judicial. Isso já era esperado por parte das empresas, que trata a categoria como gado e sem nenhuma sensibilidade em relação as necessidades da categoria. O BRT está praticamente 100% parado, já nos demais consórcios os profissionais estão sendo obrigados a circular”, destacou o representante da categoria.

Já o porta-voz da Rio-Ônibus, Paulo Valente, pediu para que os rodoviários retornem imediatamente ao trabalho para poder atender a população carioca.

“Nós sabemos o problema que a categoria atravessa. E já estamos em tratativa com a prefeitura, na busca de soluções, para resolver os problemas das empresas, dos rodoviários, e principalmente da população do Rio de Janeiro, que merecem um transporte melhor.” Informou, Valente.

A princípio, Sindicato dos Rodoviários informou que a greve não tem prazo para terminar, mas caso alguma proposta seja apresentada, será discutida na assembleia marcada para a tarde de hoje (29). Os trabalhadores reivindicando o reajuste, seja de salário, tickets ou cesta básica, que está congelado há mais de três anos, além da precariedade dos ônibus em circulação.

A prefeitura rientou que as pessoas optem pelo trabalho remoto, se possível. Caso haja a necessidade da ida presencial, a indicação é evitar o horário de pico do Metrô, barcas, trens e VLT. Um Termo de Conciliação firmado em abril de 2018 estabelece que em caso de greve, pelo menos, 50% das linhas que deixam de circular precisam operar em até 24 horas para atender a população.

Greve Uber

Por volta das 8h desta terça-feira (29), motoristas do Uber se concentraram no aeroporto Santos Dumont, onde irão sair em carreata até o escritório do aplicativo no Rio de Janeiro, na avenida Presidente Vargas, também na região central da cidade.

Segundo a Associação dos motoristas de app, 60% da categoria já aderiram ao movimento.

Eles protestam contra as tarifas cobradas pela empresa e contra o aumento dos combustíveis. A cidade entrou em estágio de mobilização à 0h de hoje (29), devido às condições do tempo e ao anúncio de greve dos rodoviários.

*Com Estadão Conteúdo