Retomada do fundo do poço é rápida, mas depois desacelera, diz Celso Pastore
Ex-presidente do Banco Central disse que o ideal é que a atual administração continue no caminho planejado até aqui e que siga a lei do teto de gastos
Com novos dados da PNAD indicando que o desemprego no Brasil aumentou 20,9% entre maio e julho, o economista e ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore alerta que a retomada da economia será rápida, mas tende a desacelerar no próximo ano.
“Velocidade de recuperação do fundo do poço é rápida, mas depois tende a se desacelerar. A recuperação para o ano que vem será lenta, infelizmente”, disse.
Questionado sobre qual poderia ser a resposta do governo frente ao desafio econômico de se recuperar do tombo de 2020, Pastore disse que o ideal é que a atual administração continue no caminho planejado até aqui.
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“O governo deve continuar com a agenda de reformas, cumprir o teto de gastos na forma como está e deixar que a política monetária gere os estímulos para a economia, com mais crédito e baixa taxa de juros,” disse o ex-presidente do BC.
“Não se pode querer fazer expansão fiscal, porque isso sobe a taxa de juros, deprecia câmbio e cria riscos que colidem com a recuperação econômica.”
Pastore também falou do plano de criação de um novo benefício social, e disse que o governo pode optar por dois caminhos. “Precisa saber se o governo quer mais popularidade ou o bem estar do país. Se optar pela segunda hipótese, ele tem plenas condições de fazer sem precisar sair do teto de gastos.”
(Edição do texto: Paulo Toledo Piza).