Reservatórios brasileiros estão próximos de capacidade máxima, aponta ONS
Usinas do Norte e Nordeste apresentam melhor situação hídrica. Subsistema Sudeste/Centro-Oeste continua em recuperação
Com a manutenção no volume de chuvas na maior parte do país, os reservatórios brasileiros estão próximos da capacidade máxima. É o que aponta o boletim divulgado nesta sexta-feira (1º) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste continuam em recuperação com 68,5% do armazenamento total. Trata-se do maior nível do volume hídrico das usinas desde dezembro de 2013.
O subsistema é responsável por 70% da capacidade de armazenamento de energia das hidrelétricas brasileiras. Em agosto de 2021, auge da crise hídrica do país, os reservatórios chegaram a ter apenas 16% do volume hídrico.
De acordo com o informe, as usinas do Norte e Nordeste apresentam a melhor situação hídrica do país. A previsão é de que as regiões registrem 99,6% e 96,4% da capacidade total de armazenamento até o final de abril, respectivamente.
O bom resultado está relacionado ao grande volume de chuvas para os próximos dias. No Norte do país, a expectativa é que chova quase 10% a mais do que a média histórica.
Já o subsistema Sul, muito afetado pela escassez hídrica em janeiro, teve as projeções expandidas para 50% do limite total da capacidade para o fim deste mês. Para a região, a expectativa é que o volume de chuvas seja 40% maior do que a média histórica do local.
Conta de energia continua cara
Ainda segundo o ONS, apesar dos bons números, a conta de energia para os consumidores continuará cara e, até ao menos o início do mês de maio, a tarifa vigente seguirá sendo a mais alta de todas – R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatts /hora). Segundo especialistas, como o ex-diretor do ONS, Luiz Barata, as boas condições hídricas não se traduzirão em redução de custos para os brasileiros.
De acordo com o boletim do ONS, o Brasil teve em fevereiro de 2022 o maior consumo de energia para o mês, desde o início da série histórica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), iniciada em 2004. E segundo especialistas, a alta demanda é um dos motivos para a manutenção do custo da luz.
Nesta sexta-feira (1º), o boletim do operador nacional mostrou que a demanda energética no Brasil deve aumentar em 4,5% em abril, quando comparado com o mesmo mês no ano passado. O aumento acontece ao passo que as restrições econômicas são relaxas e a economia reaquece.