Relação do Brasil com árabes ficou mais intensa, diz Carlos França
Fórum Econômico Brasil-Países Árabes começou nesta segunda-feira
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, destacou que o comércio do Brasil com os países árabes atingiu a cifra histórica de US$ 24 bilhões em 2021, mas que mostra ainda “enorme potencial de crescimento”, com destaque para os produtos do agronegócio.
“O Brasil se tornou o maior exportador de proteína halal permitido aos muçulmanos do mundo”, disse. A certificação halal garante que os produtos seguem as regras do islamismo, mas também busca o bem estar animal e a preservação ambiental.
Durante um vídeo gravado para o Fórum Econômico Brasil e Países Árabes, realizado nesta segunda-feira em São Paulo, o ministro enfatizou que cresce também a demanda por outros itens, como minério de ferro. “No campo das importações, é notória a relevância dos países árabes para o agronegócio nacional”, salientou.
O evento, conforme França, é uma “oportunidade singular” para reafirmar vínculos econômicos e comerciais, mas também humanos e culturais que unem Brasil e nações árabes. “Vínculos estes que vêm sendo reforçados pela Câmara. Desde início do governo de Jair Bolsonaro e a despeito das incertezas decorridas da pandemia e, mais recentemente, do conflito na Ucrânia, essas relações se tornaram mais intensas”, pontuou.
No vídeo, o ministro disse ainda que os investimentos árabes no Brasil acompanham essa tendência positiva, especialmente nos setores de manufatura, turismo, alimento e infraestrutura. “No sentido inverso, nossas empresas também estão cada vez mais presentes na região, como no caso da Vale”, citou.
Investimentos de fundos árabes no Brasil se aproxima de US$ 20 bi
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o total de investimentos de fundos árabes no Brasil se aproxima de US$ 20 bilhões. Acrescentou que a participação brasileira na Expo Dubai gerou negócios com a previsão de investimentos de US$ 10 bilhões.
“O mundo árabe constitui o terceiro maior mercado para o Brasil no exterior, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. A corrente de comércio entre o Brasil e os países da liga árabe alcançou, em 2021, mais de US $ 24 bilhões, um recorde na série histórica. Esse número deve seguir aumentando. De janeiro a abril, as exportações do Brasil para o mundo árabe saltaram de US$ 4 bilhões em 2021 para US$ 5,2 bilhões em 2022”, declarou, em discurso gravado para abertura do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, em São Paulo.
Na avaliação de Bolsonaro, a relação do Brasil com mundo árabe tem se intensificado ao longo dos anos. Atualmente, há 18 representações diplomáticas nos 22 países que integram a liga árabe. No Brasil, a comunidade árabe reúne 10 milhões de pessoas.
“Em um momento no qual a comunidade internacional busca esforços para garantir a segurança alimentar do mundo, o elo entre o Brasil e o mundo árabe se fortalece. Nem diante dos desafios impostos pela pandemia deixamos de desempenhar o nosso papel no suprimento de alimentos. O Brasil é hoje o maior exportador de proteína halal no mundo. Além do comércio de carne de frango e bovina, cresce igualmente a nossa exportação de açúcar, soja e trigo. Por outro lado, 26% dos fertilizantes que abastecem o agronegócio brasileiro vêm do mundo árabe”, explicou o presidente.
Comércio
De acordo com Bolsonaro, a Argélia foi, em 2021, o principal parceiro comercial do Brasil no continente africano. O Egito, um dos maiores mercados para carne bovina brasileira no mundo, é o primeiro destino das exportações brasileiras na África.
“Em matéria de importações, nosso principal fornecedor no continente africano tem sido o Marrocos, país que hoje ocupa a posição de terceiro maior provedor de fertilizantes do Brasil, atrás de Canadá e Rússia”, afirmou o presidente.
A quarta edição do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes é promovida pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. A iniciativa é dedicada aos temas da relação bilateral entre o Brasil e os 22 países que formam a Liga dos Estados Árabes.
Haverá reuniões bilaterais com delegações empresariais do Líbano, Emirados Árabes Unidos, Egito, Kuwait, Jordânia e outros países, com a participação de pelo menos 120 empresários.
*Com Agência Brasil