Reforma administrativa barraria taxa de juros no nível atual, diz associação
Presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) afirmou que alta da Selic "é muito ruim para o comércio e serviços"
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alfredo Cotait Neto, criticou o aumento da taxa Selic para 7,75% ao ano. Em entrevista à CNN, ele disse que a elevação da taxa básica de juros pelo Banca Central (BC) representa um “desastre” para a economia brasileira.
Na avaliação de Cotait, se a reforma administrativa tivesse sido realizada, a Selic não chegaria ao nível atual.
“No início do ano, com a taxa 2%, tínhamos expectativa de crescimento econômico fundamental no momento pós-pandemia para a retomada principalmente na geração do emprego”, disse. “A taxa subindo é crucial para diminuir exatamente essa tendência do crescimento econômico.”
Ele explicou que a crise fiscal é um dos componentes que fez o Comitê de Política Monetária (Copom) reajustar a taxa.
“É incrível como gostam de jogar a responsabilidade para o mercado. Quando era a hora de se aprovar a reforma administrativa, ninguém quis mexer”, apontou. “O Estado continua grande e seria o ideal que se fizesse a reforma administrativa para ele diminuir e, com certeza, hoje não teríamos taxa de juros nesse nível.”
O novo patamar da Selic impactará nas pequenas empresas, que, para retomar os negócios, dependem principalmente de crédito, disse Cotait.
“O crédito aumentando neste momento vem contribuir para essa desaceleração da economia, portanto, a alta da taxa Selic é muito ruim para o comércio e serviços.”