Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Raquel Landim: Governo recua na terceira tentativa de reabilitar Mantega

    Presidente estaria pressionando acionistas da Vale a aceitar o ex-ministro da Fazenda no Conselho de Administração da companhia

    Geoff Caddick / WPA Pool / Getty Images

    Raquel Landimda CNN

    em São Paulo

    O governo foi obrigado a recuar na terceira tentativa de reabilitar Guido Mantega.

    A primeira foi ainda no gabinete de transição. Mantega foi indicado para o Grupo de Planejamento e Gestão, mas, diante da repercussão negativa, renunciou.

    A segunda foi no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Com o aval de Lula, o ex-ministro enviou um e-mail para a Secretaria do Tesouro americano a fim de adiar a eleição para a presidência do banco. Ouviu um sonoro “não”, e o economista brasileiro Ilan Goldfjan, ex-presidente do Banco Central, acabou eleito.

    A terceira foi nesta sexta-feira (26). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, veio a público desdizer o que disse em conversas reservadas. Que Lula estaria pressionando os acionistas da Vale a aceitar Mantega no Conselho de Administração da companhia.

    Está claríssimo que Lula gostaria de recompensar a lealdade de Mantega que, ao contrário de Antonio Palocci, não fez delação premiada.

    Mas não consegue utilizar a máquina pública para isso. Uma condenação no Tribunal de Contas da União (TCU) impede o ex-ministro de ocupar cargo público até 2030.

    Até agora, as reações das instituições, da governança das empresas, do mercado e, principalmente, da opinião pública, vêm impedindo a redenção de Mantega.

    Não é nada pessoal contra ele, mas ao que ele representa.

    Mantega representa a tentativa do PT de reescrever a história, de apagar a recessão da economia provocada pela chamada Nova Matriz Econômica, de apagar os casos de corrupção revelados pela Lava Jato.

    Toda vez que a opinião pública diz não a Mantega, é um alerta para Lula, um alerta de que não foi eleito só pela esquerda, mas, principalmente, pela rejeição a Bolsonaro, um alerta de que a diferença de votos foi de 1%.

    Mas o presidente parece não se dar conta e continua tentando reescrever a história. Só que, pelo menos parte do Brasil, ainda tem memória.

    Assista: