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    ‘Racionamento é inevitável’, diz coordenador do Instituto Clima e Sociedade

    Roberto Kishinami avalia, ainda, que prazo estabelecido para nova bandeira tarifária é 'superficial', já que a crise hídrica deve se estender ao longo de 2022

    Produzido por Juliana Alvesda CNN* em São Paulo

    Em entrevista à CNN, o coordenador do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Roberto Kishinami, considera um racionamento de energia “inevitável”. Apesar disso, o ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, afasta essa hipótese. “Inevitável que tenhamos, sim, que pensar, mais para frente, em um racionamento”, afirma

    “As previsões que temos é que agora em outubro vamos ter dificuldades de cobrir os momentos de pico de consumo. Já estão ocorrendo alguns tipos de apagões seletivos. O sistema elétrico funciona para ter segurança máxima em termos de frequência e tensão. Então o sistema automático já está determinando que alguns lugares tenham o desligamento durante um curto período de tempo.”

    Sobre o programa de redução voluntária anunciada pelo MME nesta terça-feira (31), Roberto entende que a economia prevista, de 1,40%, tende a se frustrar. “O programa todo está mal dirigido. Não propõe algo que a gente chegue com alguma folga nos reservatórios”.

    Para você conseguir uma redução significativa no consumo – acima de 3% – seria necessário, diz Roberto, um programa obrigatório. Além disso, no segmento residencial, o cenário é de 50% do consumo concentrado nos 30% mais ricos, sendo, portanto, o grupo que pode efetivamente adotar alguma redução. “Porque os de menor renda já reduziram o seu consumo, com as tarifas que já estão altas.”

    O especialista avalia que o programa “foi desenhado para não funcionar.”Veja que há uma fórmula que está se repetindo. Se faz uma solução que não funciona e depois coloca a culpa em outros entes, como os impostos estaduais, as distribuidoras etc.”

    Para Roberto, o governo está tentando adiar ao máximo a decisão de racionamento devido aos impactos que isso traz em termos de popularidade.

    A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou uma nova bandeira tarifária, chamada bandeira tarifária “escassez hídrica”. O novo valor da taxa extra é de R$ 14,20 pelo consumo de 100 kWh, segundo anúncio desta terça-feira (31), com vigência a partir de 1º de setembro de 2021 a 30 de abril de 2022.

    Kishinami também questionou o prazo estabelecido, dizendo que o cenário atual decorrente da crise hídrica deve se repetir em 2022.

    Que nós vamos voltar a essa seca no ano que vem, já está certo. “Esses prazos que foram colocados são superficiais e vão ser superados pela realidade”, avalia.

    “Veja que todas as incertezas que nós temos, a respeito da economia e chuvas, coloca a necessidade do monitoramento da situação praticamente semana a semana.”

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