Querosene de aviação sobe mais de 7% no Brasil em novembro, aponta Abear
Associação Brasileira das Empresas Aéreas calcula que, neste ano, o combustível teve alta de 59%
A Petrobras aumentou em 7,27% o preço médio do querosene de aviação (QAV) em suas refinarias no dia 1º de novembro, disse nesta sexta-feira (4) Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
O reajuste da última terça-feira (1º) consta do site da Petrobras, mas não foi divulgado à imprensa. A alta se refere à comparação com os preços médios no dia 1º de outubro, segundo a associação.
A Acelen, que opera a refinaria de Mataripe, na Bahia, também reajustou o combustível, na mesma data, em 7,58% na comparação com o preço médio de 1º de outubro.
De acordo com a Abear, com o reajuste desta semana, o QAV acumula aumento de 58,8% de 1º de janeiro a 1º de novembro. O combustível responde por cerca de 40% dos custos totais de uma companhia aérea.
“O reajuste no preço do QAV mantém um cenário extremamente difícil para as empresas aéreas e é um tema de constante preocupação para nós e para todo o setor, pois representa quase metade dos custos da operação”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, em nota.
“É urgente a revisão do modelo de precificação do QAV, pois 90% do combustível é produzido aqui, mas pagamos o preço de um produto importado”, acrescentou.
O cenário atual de intensa volatilidade ainda traz muitos desafios para a aviação brasileira, segundo a Abear.
“Além do QAV, a cotação do dólar também impacta os resultados das empresas, indexando cerca de 50% dos custos do setor.”
Em nota, a Petrobras afirma que após três meses consecutivos de reduções no preço médio do Querosene de Aviação (QAV), que acumularam uma queda de 13,5%, a Petrobras reajustou o preço do produto para as distribuidoras em 7,3%, com início de vigência em 1º de novembro de 2022.
Confira a nota da Petrobras:
Após três meses consecutivos de reduções no preço médio do Querosene de Aviação (QAV), que acumularam uma queda de 13,5%, a Petrobras reajustou o preço do produto para as distribuidoras em +7,3%, com início de vigência em 1º de novembro de 2022.
Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmulas contratuais negociadas com as distribuidoras.
Os preços de venda de QAV da Petrobras buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio. Dessa maneira, em 2022, foram realizados 7 aumentos e 4 reduções que resultaram em uma variação de +48,4% no ano.
A Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras. As distribuidoras, por sua vez, transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores. Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento.
Importante ressaltar que o mercado brasileiro é aberto à livre concorrência, e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas para que outras empresas atuem como produtores ou importadores de QAV.
Para conhecer os preços de venda da Petrobras para as distribuidoras, convidamos a visitar: precos.petrobras.com.br. Conforme regulação da ANP, os novos preços de QAV estão disponíveis desde 1º de novembro, data de início de vigência.
*Com informações do CNN Brasil Business