Quem não perdeu renda na pandemia procura viajar agora, dizem agências
Busca é maior para destinos com passeios em locais abertos e arejados
As companhias aéreas brasileiras registraram uma alta superior a 300% na procura por voos para os Estados Unidos. As buscas para o destino acontecem após o governo americano anunciar a liberação da entrada de estrangeiros totalmente vacinados contra a Covid-19 a partir de novembro. A Argentina também declarou que abrirá as fronteiras para viajantes de países vizinhos, incluindo o Brasil, a partir de 1º de outubro.
Segundo análise da vice-presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Ana Carolina Medeiros, o perfil de quem busca passagens é o de quem não sofreu prejuízos em suas fontes de renda na pandemia de Covid-19. “Existem aquelas pessoas que, na pandemia, tiveram a oportunidade de crescer seus negócios e aqueles que não tiveram seus salários prejudicados. Então essas pessoas são as que estão mais procurando as viagens porque conseguiram economizar, conseguiram ganhar dinheiro, conseguiram ter uma renda para que conseguissem realizar as viagens neste momento.”
Ana acredita que as viagens têm objetivos diferentes: podem ser de negócios, viagens que estavam programadas antes da pandemia ou mesmo de pessoas que estão sedentas por uma mudança na rotina.
“Várias pessoas já tinham viagem marcada para o ano de 2020, alguns brasileiros se programaram, então eram viagens previstas para maio, junho e o final do ano. Muitas pessoas [estão] precisando fazer seus negócios, retomar seus trabalhos em escritórios fora do nosso país, e há pessoas também com vontade de viajar, com vontade de conhecer novos destinos. Então, a procura está bastante variada.”
Os principais destinos, no entanto, são os que oferecem menos risco de contaminação pela Covid-19. “A pandemia ainda existe, os riscos ainda estão iminentes, mas há protocolos sanitários nos hotéis e resorts. E os passeios mais abertos, em lugares públicos mais arejados, são os principais destinos que as pessoas estão procurando e são os mais ofertados pelas agências de viagens.”
Ana Carolina Medeiros também disse que espera que a malha viária não apenas volte ao que era em 2019, mas que se torne mais robusta, inclusive nas conexões entre os estados brasileiros. “Ela já era restrita em 2019. O Brasil é um país muito grande, de tamanho continental, então as ligações entre as capitais, principalmente, necessitam melhorar.”