Queda no setor aéreo em fevereiro foi provocada por cancelamento do Carnaval, diz CNC
Na divulgação desta terça-feira (12) da Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE, o setor de transporte aéreo apresentou queda de 9,1% no volume da receita
O cancelamento dos desfiles de blocos e escolas de samba no feriado de Carnaval, em fevereiro deste ano, provocou a queda de 9,1% no volume de receita do setor de transporte aéreo. A análise é do economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A perda no faturamento foi registrada na Pesquisa Mensal de Serviços divulgada nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE).
Fabio Bentes diz que foi a maior queda do setor para fevereiro desde o início da PMS, há 10 anos. Essa não é uma queda sazonal segundo ele, ou seja, não é comum o volume de vendas cair dessa forma no segundo mês do ano.
“Em novembro do ano passado, a receita do setor subiu cerca 13%, em dezembro 11,7%, em janeiro o aumento foi de 8,9%. Agora essa queda foi de pouco mais 9%. Então o cancelamento do carnaval explica esse resultado tão atípico”, completa Bentes.
A expectativa é de que os feriados da semana santa e do Carnaval neste mês de abril sejam positivos para o setor de transporte aéreo. Para Bentes, quando o IBGE divulgar a PMS do mês de abril, daqui a dois meses, será possível observar um aumento atípico no volume da categoria.
Pesquisa do IBGE desta terça (12) também mostrou que o índice das atividades turísticas caiu1% no mês de fevereiro, na comparação com janeiro deste ano, quando o indicador também registrou um recuo de -0,4%. Ainda segundo a PMS, o segmento de turismo segue 10,9% abaixo do patamar verificado em fevereiro de 2020.
O economista da CNC explica que o processo de inflação dos preços tem prejudicado a atividade econômica, e está presente no turismo, uma vez que o setor não envolve o consumo de bens essenciais. Com o orçamento pressionado pelos gastos básicos, as famílias optam por não consumir produtos e serviços considerados supérfluos.
“Outro ponto a ser destacado é o aumento da taxa de juros, já que os gastos com viagens e turismo são compras que geram financiamento. Hoje, o consumidor paga taxa média de juros de 47% ao ano, no final do ano passado era de 37%. É um aumento muito rápido de juros, e a política monetária não está dando conta da aceleração da inflação”, aponta Bentes.
Nesta segunda-feira (11), O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu surpresa no resultado da inflação de março. Segundo ele, o BC ainda vai analisar o número e comunicar a avaliação da autoridade monetária sobre a pressão inflacionária.