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    Queda no preço da gasolina está ligada à demanda menor por petróleo, diz especialista

    Verão no Hemisfério Norte e previsão de recessão global contribuíram para a redução na cotação da commodity

    Isabella Galvãoda CNN*João Pedro Malardo CNN Brasil Business , em São Paulo

    A redução no preço da gasolina anunciada pela Petrobras está ligada à uma queda na demanda global pelo petróleo nas últimas semanas, segundo a economista e professora do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Virginia Parente.

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (20), Parente afirmou que a redução da demanda, que levou a uma queda na cotação internacional do petróleo, ocorre devido a uma combinação de fatores.

    “Entrou o verão na Europa, e diferentemente de nós que consumimos mais energia elétrica no nosso verão, sobretudo nos picos de calor, lá, e no Hemisfério Norte como um todo, o maior momento de consumo é no inverno, por conta de invernos muito rigorosos”, explica.

    Com isso, a demanda por energia entre os países da região caiu, e o petróleo é uma das principais fontes de energia elétrica, o que leva à queda na demanda.

    A professora cita, ainda, um arrefecimento em parte das pressões que levaram à alta do petróleo, como a decisão da Alemanha de continuar usando o gás natural russo, a tendência de uma recessão econômica mundial e uma queda no turismo no Hemisfério Norte devido aos recordes de inflação em muitos países. Combinados, esses elementos levam à queda na demanda e nos preços.

    “Nós estamos assistindo a uma queda do preço do petróleo no mercado internacional, que não é muito grande mas está aí”, diz Parente.

    Nesse sentido, ela avalia que o anunciou da Petrobras está de acordo com a política de paridade internacional, que permite o repasse da “pequena queda” para o mercado interno.

    “A Petrobras não está fazendo nada diferente do que está estabelecido na sua governança e do que se espera, que é essa manutenção de paridade, porque o petróleo é uma commodity transacionada no mercado internacional”, afirma.

    Mesmo assim, Parente considera que o repasse desse valor para os consumidores depende das características de mercado de cada município.

    “A estrutura de mercado varia muito de município para município. Alguns têm diferentes donos de postos competindo entre si, e aí fica mais fácil de quererem atrair o consumidor repassando essa pequena redução porque estão adquirindo a matéria-prima a preços mais baixos. Em outros, é mais difícil”, afirma.

    *Sob supervisão de Elis Franco

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