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    Proporção de endividados e inadimplência crescem em março, afirma CNC

    Resultado mostra maior demanda de crédito pelas famílias, segundo a confederação

    Após cinco meses seguidos de recuos, a fatia de consumidores com contas em atraso aumentou
    Após cinco meses seguidos de recuos, a fatia de consumidores com contas em atraso aumentou Getty Images

    Daniela Amorim, do Estadão Conteúdo

    Os brasileiros ficaram tanto mais endividados quanto mais inadimplentes na passagem de fevereiro para março, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com contas a vencer passou de 77,9% em fevereiro para 78,1% em março, apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O resultado, porém, ainda é mais baixo que o de um ano antes, em março de 2023, quando 78,3% das famílias estavam endividadas.

    “Esse resultado revela maior demanda das famílias por crédito, aproveitando o menor custo com juros”, avaliou a CNC, na divulgação do estudo.

    A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

    Inadimplência

    Após cinco meses seguidos de recuos, a fatia de consumidores com contas em atraso aumentou, passando de 28,1% em fevereiro para 28,6% em março. Em março de 2023, a proporção de famílias inadimplentes era mais elevada, 29,4% tinham contas em atraso.

    “Essa alta da inadimplência também é vista pelo crescimento do porcentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas, que é o grupo mais complexo dos inadimplentes, mas com diferença de apenas 0,1 ponto porcentual e, nesse caso, já supera o indicador do mesmo mês do ano passado”, frisou a CNC.

    A parcela de famílias que afirmaram não terem condições de pagar as dívidas atrasadas, permanecendo assim inadimplentes, avançou de 11,9% em fevereiro para 12,0% em março. O resultado ainda é mais elevado que o de março de 2023, quando 11,5% estavam nessa situação.

    “Para ampliar a renda disponível, as famílias buscaram aumentar o prazo para pagamento das suas dívidas. Tanto que o tempo de comprometimento com dívidas atingiu 7,1 meses em março de 2023, o maior nível desde abril de 2022”, apontou a economista Izis Ferreira, da CNC, em nota.

    Mais pobres puxam alta no endividamento e na inadimplência

    Na passagem de fevereiro para março, a alta no endividamento e na inadimplência foi puxada pelas famílias de renda mais baixa. No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 79,2% em fevereiro para 79,7% em março.

    Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados diminuiu de 79,5% em fevereiro para 79,3% em março. No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve redução de 75,8% para 75,0%. No grupo com renda acima de 10 salários mínimos mensais, essa fatia ficou estável em 71,4%.

    Quanto à inadimplência, no grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de famílias com dívidas em atraso subiu de 35,8% em fevereiro para 36,4% em março.

    Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de inadimplentes permaneceu em 26,0% em março, mesmo resultado de fevereiro. No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve elevação de 20,5% em fevereiro para 20,7% em março. No grupo que recebe acima de 10 salários mínimos mensais, a fatia de inadimplentes encolheu de 14,6% para 14,3%.