Privatização da Eletrobras atrai investidores com juros baixos no mundo, diz CEO
Patamar de juros no mundo deverá gerar uma intensa busca por aplicações com retornos maiores, como investimentos produtivos e em ações, segundo Wilson Ferreira
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., está otimista com a possibilidade de o processo de privatização da companhia ser retomado pelo governo após a crise causada pelo coronavírus e avalia que o negócio poderá atrair grande atenção de investidores mesmo em meio a um cenário pós-pandemia.
“Nós temos hoje no mundo uma posição, seguida por todos países do mundo, e no nosso não foi diferente, de redução da taxa de retorno dos títulos públicos”, afirmou o executivo, ao participar de teleconferência com investidores nesta sexta-feira.
Esse contexto, acrescentou, deverá gerar uma intensa busca por aplicações com retornos maiores, como investimentos produtivos e em ações.
Os planos do governo para a desestatização da Eletrobras preveem uma oferta de ações da companhia que diluiria a fatia do governo para uma posição minoritária.
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“(A Eletrobras) trata-se de um ativo para atrair investidores do mundo inteiro”, disse Ferreira.
“Antes da crise já tínhamos uma grande quantidade de dinheiro à procura de projetos ou aplicações com retorno positivo, em alguns países você já tinha taxas de juros negativas ou zero. E essa posição do ponto de vista do rentista ela se agravou”, adicionou.
Ele projetou que o governo deve retomar discussões com o Congresso sobre a desestatização no segundo semestre, o que tornaria possível a efetivação da operação em 2021.
Ele também destacou que a venda do controle da companhia deve ser uma das poucas alternativas do governo do presidente Jair Bolsonaro para reforçar as contas públicas após os gastos e a perda de arrecadação associados à pandemia.
“Nós vamos precisar. O único ativo que o governo tem para amenizar rapidamente o aumento da dívida é exatamente a privatização”, apontou.
O executivo também disse acreditar que já há uma recuperação inicial em bolsas na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos, uma vez que os mercados financeiros antecipam as expectativas de retomada das atividades após passado o pico da pandemia nessas regiões.
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