Principal desafio para 2023 é incerteza sobre nível dos juros, diz economista
Comentarista de economia da CNN, Aod Cunha, faz uma análise sobre dados do PIB divulgados hoje
Em entrevista nesta quinta-feira (1º), o economista e especialista da CNN Brasil, Aod Cunha, destacou que o principal desafio para o próximo ano é a incerteza em relação ao nível da taxa básica de juros, a Selic. Isso porque o mundo está em desaceleração global e isso afeta a economia brasileira.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta o resultado do PIB (Produto Interno Bruto).
Cunha aponta para as incertezas no tema fiscal, sobre como vai ser equacionado o tamanho do novo aumento de gastos, que podem ter impacto sobre a taxa de juros no Brasil.
“É muito prudente que se pense com muita seriedade esse tamanho de licença para se gastar mais. Não vejo um espaço para o governo gastar muito mais do que R$ 70 a R$ 80 bilhões. [Estes valores] cobrem o novo bolsa família, no patamar de R$ 600, as resoluções de fila no SUS e o adicional para famílias pobres com crianças com até 6 anos”, aponta.
Cunha disse que, quando se fala em R$ 175 bilhões, R$ 200 bilhões, ou até R$ 150 bilhões fora do teto, por mais tempo, sem regra de reajuste, faz pressionar as taxas de juros, empurrando para cima, e ainda pressiona o dólar e prejudica os mais pobres – “aqueles que mais precisam de renda, de emprego e da economia funcionando bem”, avalia.