Presidente da Petrobras nega ruído com ministro sobre oferta de gás natural
Ao fazer um balanço dos seis meses à frente da companhia, Jean Paul Prates negou qualquer conflito com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
Ao fazer um balanço dos seis meses de gestão à frente da Petrobras, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, negou conflito com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em relação à oferta de gás natural por parte da estatal para o mercado brasileiro.
“Não há nenhum ruído com o ministro. Ele tem legitimidade para atuar como supervisor geral da política setorial. Nós enfrentamos essa situação com informação técnica, com fatos”, afirmou Prates nesta quarta-feira (19), em café da manhã com jornalistas do qual participou toda a diretoria da Petrobras.
No mesmo dia, a companhia anunciou a redução média de 7,1% do preço em reais por metro cúbico no valor de venda do gás natural para as distribuidoras, a partir de 1º de agosto.
No ano, a Petrobras informa ter promovido uma diminuição acumulada de 25% ao ano no preço desse produto.
Em declarações recentes, o ministro de Minas e Energia afirmou que houve “descuido” e “desdém” com a política de gás natural no país, o que foi visto como crítica à Petrobras.
“Dirimir boatos”
Prates afirmou que pretendia “dirimir boatos” e explicou que “gás sempre foi um produto colateral, associado ao petróleo”, na perspectiva da Petrobras. “Não sonegamos gás ao Brasil.”
O diretor de Exploração e Produção, Joelson Mendes, complementou as informações do presidente da Petrobras, ao afirmar que a tecnologia usada pela companhia na extração do pré-sal exige uma injeção alternada de gás e água desde 2015 e que esse método é reconhecido e premiado no setor.
“Estamos aumentando disponibilidade de gás, porém, no pré-sal, é necessária injeção de gás e de CO2 também”, disse o diretor.
Para Prates, discussão técnica sobre a produção e oferta de gás natural no país “é saudável”.
“Temos humildade para aceitar críticas como sugestões técnicas, assim como capacidade de analisá-las e tomar decisões empresariais”, disse. “A reclamação da indústria é uma, a do especialista é outra, e a do lobista é outra.”