Presidente da Febraban defende estímulo ao investimento privado
Em reunião do Conselhão, Isaac Sidney também voltou a pleitear redução do custo do crédito
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse nesta segunda-feira (12) que é preciso ampliar os investimentos da economia brasileira, contando com a participação do setor privado. Ele elogiou os pisos de investimento determinados pela proposta do novo marco fiscal, mas disse que é preciso avançar.
“Assegurada a estabilidade macro, nosso desafio para crescer no longo prazo depende, ainda, de ampliarmos de forma substancial o nível de investimentos da nossa economia, tanto os públicos como os privados”, disse ele.
Sidney participou da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) — conhecido como Conselhão — realizada na sede da Febraban, com a participação da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
“Estamos investindo apenas cerca de 18% do PIB, o que é muito pouco para crescermos de forma sustentada”, afirmou Sidney.
Segundo ele, os pisos estabelecidos no arcabouço para o investimento em algumas áreas, com a possibilidade de uso do excesso de arrecadação, é positiva, mas é preciso estimular também o investimento privado.
“Temos de abrir espaço para as PPPs [Parceria Público-Privadas]. Precisar tanto dos recursos como da expertise do setor privado para ampliar nossos investimentos em infraestrutura. Assim, precisamos atrair e ampliar mais os investimentos privados”, disse.
O presidente da Febraban também voltou a defender a redução do custo do crédito, segundo ele, majoritariamente associado a pontos como a tributação sobre a intermediação financeira e à inadimplência.
“Precisamos urgentemente reduzir o custo Brasil no crédito. Bancos não precisam de juros altos para lucrar”, afirmou ele, que disse ainda que quatro quintos do spread bancário (diferença entre custo de captação e juros dos empréstimos) vêm dos custos.
Sidney afirmou que é preciso também estimular o mercado de capitais.
“A divisão é simples: podemos deixar para o capital privado as operações em que ele tenha apetite para assumir os riscos”, disse.
“E complementar com o BNDES, ou com a experiência dos fundos garantidores, para setores/empresas/atividades, onde o risco ex-ante seja muito elevado nesses casos, e aí será muito bem-vinda a atuação do BNDES.”