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    Preços da construção desaceleram e fecham agosto com alta de 0,99%, aponta IBGE

    Aumento observado pelo Sinapi, que avalia custos do setor, foi metade do registrado em julho

    Iuri CorsiniStéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

    Os custos da construção civil aumentaram 0,99% em agosto, de acordo com o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção Civil (Sinapi), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor patamar na série mensal desde agosto de 2020. O indicador representa uma queda de quase 50% em relação ao aumento registrado em julho deste ano, quando o índice foi de 1,89%.

    Embora o número seja positivo, a desaceleração do crescimento aponta para um cenário de incertezas que, de acordo com a coordenadora de Projetos de Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Ana Castelo, exige cautela diante da atual crise hídrica e da alta da inflação.

    “O momento de pico parece ter passado. Julho foi o pior mês no acumulado de um ano, mas o cenário ainda é muito imprevisível para falarmos sobre o comportamento dos próximos índices. A crise hídrica e energética pode afetar o índice, especialmente para as indústrias de materiais que são energo-intensivas (que demandam muita eletricidade). Há uma desaceleração mas, por conta de uma inflação ainda muito alta, cria-se um cenário de muitas incertezas”, explica Castelo.

    No acumulado dos últimos 12 meses a taxa foi de 22,74% e já representa a maior da série histórica, iniciada em julho de 2013. No acumulado deste ano, de janeiro a agosto, o índice foi de 14,61%. O Sinapi mede a variação de custos no setor.

    Segundo o IBGE, o índice de agosto foi muito impactado pela desaceleração dos materiais de construção, sem destaque especial para nenhum produto, e menor influência da mão de obra.

    O custo nacional da construção por metro quadrado, que em julho havia fechado em R$ 1.448,78, passou para R$ 1.463,11 em agosto. Desse valor, R$ 866,89 são relativos aos materiais e R$ 596,22 à mão de obra.

    A maior alta foi registrada no Sul do país, que teve a maior variação regional com 1,71%. A menor foi no Sudeste, com 0,68%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,90% (Norte), 1,03% (Nordeste), e 1,23% (Centro-Oeste).

    Entre os estados, Santa Catarina apresentou a maior variação mensal (3,65%), seguida pelo Ceará (2,05%). De acordo com Augusto Oliveira, gerente do Sinapi, os números foram puxados pelo impacto do reajuste na mão de obra previsto em convenção coletiva.

    “No caso da mão de obra, houve dissídios em Santa Catarina e no Ceará, estados que apresentaram as maiores taxas do país. Todos os demais estados apresentaram variações próximas a 1%”, afirma o especialista do IBGE.

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