‘Precisamos agir para estancar a especulação’, diz Fávaro, sobre abastecimento de arroz
Segundo ministro, o governo vai autorizar compras públicas do cereal à medida que for necessário
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu as medidas do Executivo em relação ao abastecimento de arroz, como a isenção do imposto de importação e a autorização para compra pública de até 1 milhão de toneladas.
Segundo o ministro, apesar de o País ser praticamente autossuficiente na produção de arroz, há dificuldade de escoamento do cereal gaúcho em virtude das fortes chuvas que afetaram o Estado.
“Há descasamento neste momento, o que dá margem para especulação. Não adianta comprarmos arroz somente no fim do ano porque carregaremos a inflação até lá. Quem ganha é o especulador, e não o produtor”, disse Fávaro, durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
O ministro garantiu aos parlamentares que o governo não vai “precarizar” a questão do arroz e sim incentivar os produtores ao plantio com linhas de crédito específicas.
“Estaremos ao lado dos produtores de arroz, mas há indústria suspendendo venda e, quando volta, está cobrando 25% mais. As transportadoras estão pedindo de 20% a 30% mais para remoção de arroz em virtude da necessidade de rotas alternativas”, afirmou Fávaro.
O ministro citou que os exportadores privados de arroz do Mercosul aumentaram o preço de venda ao País em 30% quando o governo anunciou que iria comprar em leilão 104 mil toneladas de arroz importado e beneficiado. “Precisamos agir para estancar a especulação. O problema é de logística e não de estoques”, acrescentou.
Segundo ele, o governo vai autorizar as compras públicas do cereal à medida que for necessário. “O volume que entrar vai acabar com a especulação. O governo segura e protege os produtores, mas temos recursos para compra de 1 milhão de toneladas do cereal beneficiado e importado se for necessário”, acrescentou.
Fávaro afirmou que a isenção da tarifa de importação sobre o cereal foi acordada anteriormente com a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). “Talvez eles se arrependeram”, avaliou.