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    PMI industrial do Brasil cai para 44,3 em abril, diz S&P

    É a sexta leitura seguida abaixo do nível de 50 pontos, o que indica retração para a atividade

    Daniel Tozzi Mendes, do Estadão Conteúdo

    O índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil caiu de 47,0 em março para 44,3 em abril. É a sexta leitura seguida abaixo do nível de 50 pontos, o que indica retração para a atividade.

    De acordo com a S&P, as empresas indicaram que a redução do poder de compra das famílias, a fraca demanda subjacente e a incerteza em torno das políticas pesaram sobre o desempenho do setor nesta leitura.

     

     

    “Os resultados mais recentes do setor industrial são preocupantes, pois a queda na produção foi a segunda mais acentuada em quase três anos”, afirma a diretora associada de economia da S&P Global, Pollyanna de Lima, em nota.

    “Além disso, uma queda acentuada e acelerada nos pedidos a fábricas é um mau presságio para as perspectivas, sugerindo que uma recuperação iminente nas condições operacionais parece improvável”, acrescentou.

    Segundo a S&P, os pedidos a fábricas diminuíram em uma das taxas mais acentuadas desde o início da pandemia de Covid-19, no primeiro semestre de 2020.

    De acordo com os participantes da pesquisa, vários clientes adiaram a aprovação de acordos pendentes, o que, combinado com a fraqueza no setor automotivo, a redução da renda disponível entre as famílias e a fraca demanda subjacente, resultaram em outra contração nas vendas.

    Após desacelerar em março, a inflação dos preços de insumos aumentou em abril, informou a S&P, com destaque para os preços dos alimentos, metais e plásticos, de acordo com os participantes da pesquisa.

    De acordo com Pollyanna de Lima, nesta leitura as empresas também sinalizaram expectativas de mais fraqueza da demanda no curto prazo, apesar das pressões sobre os preços relativamente moderadas.

    “Além disso, as capacidades foram reduzidas por meio de outra rodada de redução de postos de trabalho. A ampla capacidade ficou evidente nos fornecedores, pois os prazos de entrega foram reduzidos no segundo maior grau em mais de 17 anos de coleta de dados, devido à fraca demanda por matérias-primas e itens semiacabados”, explica a diretora.

    Também de acordo com a S&P, os pedidos em atraso caíram pelo vigésimo terceiro mês consecutivo, e a um ritmo acentuado. Já os estoques de produtos acabados permaneceram inalterados.

    Algumas empresas relataram crescimento nos estoques devido a vendas abaixo do previsto, o que foi compensado pela redução dos estoques em outras empresas devido aos desafios financeiros e a demanda fraca, informou a S&P.

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