PIB, inflação e contas públicas: as previsões do principal relatório do BC
Banco Central divulgou nesta quinta-feira (27) seu relatório de Política Monetária


Divulgado nesta quinta-feira (27), o principal relatório do Banco Central (BC), de Política Monetária, trouxe revisões em perspectivas da autoridade para uma série de métricas: crescimento econômico, inflação, contas públicas.
Para começar, o BC revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 de 2,1% para 1,9%.
“A mudança refletiu recuos nas previsões para indústria e serviços, relacionados com surpresas negativas no quarto trimestre e com uma expectativa de desaceleração mais pronunciada ao longo do ano”, diz o documento.
Em relação aos preços, o BC elevou de 50% para 70% a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano.
Segundo a autoridade, a inflação que já estava em patamares elevados voltou a subir e a desancoragem das expectativas aumentou.
No último Boletim Focus, o mercado elevou a projeção para o IPCA em 2025. A expectativa para a inflação é de alta de 5,68%, de 5,65% na pesquisa anterior.
O teto da tolerância da meta de inflação é de 4,5%.
Com relação às contas públicas, o BC avalia que o governo central deve cumprir a meta de resultado primário de 2025. No entanto, os analistas consultados pela autoridade monetária projetam que o déficit primário deste ano seja superior ao do ano passado.
“As projeções dos analistas apontam para a possibilidade de que a meta de resultado primário venha a ser cumprida novamente em 2025, mas seguem sinalizando que o quadro fiscal é bastante desafiador”, diz o documento.
Para 2025, a projeção mediana dos analistas é de um déficit primário efetivo de R$ 75 bilhões e de um déficit de R$ 32 bilhões na métrica de apuração do cumprimento da meta.
Galípolo comenta divulgação
Após a divulgação das novas métricas, que pesam nas decisões da autoridade monetária, o presidente BC, Gabriel Galípolo, disse que se o BC tivesse convicção do guidance da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado teria escrito na ata da decisão de março.
Na ata, o Copom sinalizou que deve fazer uma nova alta em maio, mas de menor magnitude. Galípolo disse também que a autoridade monetária evita cravar qual o próximo ajuste deve ser feito para dar mais grau de liberdade à decisão.
“A gente entende que o ciclo precisa se estender. Porém, devido às incertezas, precisa se estender em uma menor magnitude. A intenção é preservar o grau de liberdade para que a gente possa ir reunindo os dados. Por isso, a gente não deu um guidance cravando o que a gente poderia fazer ou não”, disse a jornalistas.
Ao ser questionado sobre qual deve ser o próximo ajuste, o presidente respondeu: “Se a gente tivesse essa convicção [do guidance], teríamos escrito”, disse.
Inadimplência em escolas cai mais de 2% em 2024, diz pesquisa